tag:blogger.com,1999:blog-40535644207215753222024-03-12T20:59:48.238-07:00Centenário de Manoel José de AlmeidaNo dia 23 DE SETEMBRO DE 2012 Manoel José de Almeida completaria 100 anos. Deixei aqui seu recado, sua história, ou uma lembrança de momentos que teve ao lado dele.Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-64630998474757105252012-11-20T05:19:00.000-08:002012-11-20T05:19:28.601-08:00Mensagem do Luiz<div>
Acabo de bater um longo papo com o meu irmão Zé.</div>
<div>
Me contou que esteve no antigo D.I (Departamento de Instrução) da
PMMG e atualmente chamada de APM (Academia de Polícia Militar). O ensino
militar foi criado lá no DI pelo seu pai quando o mesmo foi o
comandante daquela unidade da PM.</div>
<div>
Também me contou que quando cadete da PM nesse DI, o Manoel tinha
um grande amigo chamado Alberto Silva que era cadete e colega do peito.
Esse rapaz teve um acidente feio, um cavalo pisou na cabeça dele e o
mesmo veio a falecer. O Alberto Silva gostava de cantar uma música chama
"minha vida que parece muito calma, tem segredos que não posso revelar.
Trata-se de uma música americana e que o Manoel solfejava sempre,
lembrando-se do amigo. O Zé contou esta história para os cadetes da PM,
quase 1.000 rapazes e moças perfilados e que não sabiam que o nome do
setor esportivo chamado Alberto Silva da Academia era em homenagem ao
cadete acidentado. Contou que o Manoel foi o aluno nº 1 sempre daquela
unidade da PM e veio a ser o comandante de lá quando criou a Escola Caio
Martins. Em relação às Escolas, a história é longa e só pessoalmente
para contar o que aconteceu. Irei à BH no início de dezembro e vou ver
se consigo isto por escrito. Afinal é história que a gente precisa
conhecer bem antes que acabem com a Caio Martins. . </div>
<div>
Fiquei entusiasmado em lhe contar essas histórias "quentinhas" para
nós.</div>
<div>
<br /></div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-63151979263713571102012-10-11T11:00:00.001-07:002012-10-11T11:00:08.575-07:00Texto de Cláudio Antônio de Almeida<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">SOBERBO </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">O fato de ser de origem
humilde, pai sapateiro, mãe lavadeira, não seria argumento para Manoel José
de Almeida baixar o topete
para qualquer um. E isso era perceptível, só de observar o seu porte,
sua
imponência, sua coluna vertebral ereta. Não se curvava nunca, mesmo
tendo os
topetudos pela frente. E olha que foram vários em sua vida de menino, no
meio
de tantos adultos, donos da verdade. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Mas um episódio me chamou
muito a atenção. Éramos pequenos e meu pai juntava todos os filhos ao
seu redor
na cama de casal e começava a contar histórias. Falava com a mesma
desenvoltura
sobre <span>Bahr</span>,<span> <span> </span></span><span>Bethoven</span>,
Chopin, Voltaire, <span>Chopenhauer</span>, Freud, sobre a
Revolução Francesa, a Segunda Guerra Mundial. Eram momentos de muita
atenção,
pois o tempo era pouco para tanta curiosidade. Naquela época não existia
televisão, então, meu pai chegava do trabalho e reunia todos os filhos
na sala,
ao redor da “<span>radiola</span>”, para ouvir músicas
clássicas, de todas as vertentes. Os discos eram muito pesados e assim,
ele empilhava
as coleções ao lado do aparelho para facilitar a seleção, de acordo com
seus
critérios. Eram 78 rotações por minuto, assim, o disco tocava
rapidamente,
tendo que ser trocado <span>a todo momento</span>. Morávamos numa
casa, em Belo Horizonte, de dois pavimentos. Ele teve a idéia de colocar
um <span><span>auto-falante</span></span> nos nossos quartos,
que ficavam no segundo andar. Assim, dormíamos embalados pelas músicas
clássicas. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Mas os casos mais
gostosos eram realmente aqueles que diziam respeito à sua vida pessoal,
quando
criança, nas revoluções de 1930 e 1932. A curiosidade era
grande e, como as
idades <span>variavam</span>, ele procurava ser suficientemente
didático, para prender a atenção dos mais novos. Assim nossa infância
foi muito
rica, a despeito de não haver televisão, vídeos, computadores e até
mesmo os
incríveis celulares. E foi numa dessas que ele contou a história de
quando
atravessou a nado o Rio São Francisco, em frente <span>a</span>
cidade de <span>Januária</span>, um dos pontos mais largos daquele
que denominavam como o<span> </span>“rio da
unidade nacional”, por percorrer diversos Estados em seu percurso até o
mar.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Pois bem, atravessar o
rio São Francisco, para todo menino da cidade, era um desafio. Era mais
ou
menos como a sua primeira vez. Os mais velhos não davam maior
importância ao
feito, mas entre os garotos, era ponto de honra essa conquista. <span>Passava,</span>
de alguma forma, a ser incluído numa turma seleta
de garotos que conseguiam o feito. Realmente era uma grande façanha. Não
consigo imaginar quantos metros distam de uma margem a outra, mas a
força das
águas é o bastante para assustar qualquer um a pensar em
desafiar o Rio. E
lá se foi <span>Nezinho</span>. Era seu grande dia. A meninada já
sabia do seu desejo em romper aquela barreira. Já estava chegando a uma
idade,
12 anos, onde a grande maioria já havia conseguido conquistar aquele
feito. E
não era somente atravessar o rio. Tinha que voltar, pois a casa dele
ficava do
outro lado da margem esquerda e, não se admitia a qualquer um o uso de
uma
carona numa canoa, para superar o cansaço. E bota cansaço nisso.<span> </span>De
constituição física franzina, <span>Nezinho</span>, sabia que o desafio
teria alto custo. Naturalmente
que seus pais e até mesmo os irmãos não poderiam tomar conhecimento,
caso
contrario iria haver uma proibição, pois sabiam dos riscos daquela
travessia.
Muitos foram os que se afogaram naquela investida. E lá vai Manoel de
Almeida,
rumo à margem direita do São Francisco. Ele já conhecia, ou tinha
informações
acerca dos pontos perigosos e aqueles passíveis de optar por uma mudança
de
percurso. Chegar ao outro lado foi algo de espetacular, mas e agora?<span>
</span>Tinha que <span>retornar e a
turma dos moleques estava</span> lá para registrar a grande conquista do
companheiro. Não poderia descansar e teria que retornar imediatamente às
águas
daquele caudaloso rio, imediatamente. As braçadas eram regulares,
mantendo um ritmo
tal que possibilitasse enfrentar os últimos momentos, que eram os mais
delicados. Seu corpo já começava a não responder ao cansaço. A juventude
sempre
ajuda nesses momentos, mas... Para chegar à margem esquerda, no ponto
combinado
com os garotos, ele teria que saltar um pouco acima, mas o importante
seria a
técnica de singrar as águas de uma forma transversal. Sim, ele nadava
contra a
correnteza, melhor dizendo, quebrando assim, a velocidade das águas e
não
carregando seu franzino corpo para os pontos de maior profundidade do
rio. E o
cansaço estava vindo, e cada momento, mais intenso, fazendo seus frágeis
músculos se tornarem mais doloridos. Percebeu que uma canoa passava a
alguns
metros, mas não pensou em
pedir ajuda. As pessoas da canoa não se manifestavam,
observando apenas o garoto debater com aquele turbilhão de águas. Num
certo
momento, já exausto, percebeu uma moita de capim no meio do rio. Aquilo
era um
sinal de que havia uma coroa de areia, onde poderia descansar um pouco.
Esse
tipo de coroa era comum ocorrer, devido ao constante movimento das
águas,
formando e destruindo montes de areia, dentro do rio. Nadou como um
louco até
aquela esperança e, quando segura o arbusto, sente que não tem nenhum
apoio.
Nada havia para abrandar eu inícios de desespero. As pessoas da canoa
ainda o
observam, não demonstrando qualquer preocupação ou esboço de ajuda. E lá
vai <span>Nezinho</span> em direção àquela margem esquerda que é o seu
maior
desafio na vida. Sabia que aqueles metros finais iriam definir muita
coisa em sua vida. Muita
coisa estaria em jogo a partir daquele momento. Não poderia se entregar e
deixar o rio levá-lo. Com certeza sairia muito abaixo, onde poderia com
menor
desgaste, alcançar um barranco para subir. Mas e a turma? Isso ai sim, é
a
grande questão. Só sendo menino para entender essa fração de segundos
para uma
tomada de decisão. A cada braçada, <span>Nezinho</span> sente que
a margem está chegando e chegando. Faltando apenas alguns metros, eis
que um
dos ocupantes da canoa<span>, estica</span> o braço e oferece ajuda
ao garoto. Este olha pra o rosto do infeliz, fixa seus olhos e segue em
frente.
Com mais algumas braçadas, chega até a margem e tem um sorriso que
ilustraria a
maior conquista de todos os tempos no mundo. O barqueiro observa aquele
jeito
matreiro do garoto e diz: SUBERBO. Esse era o <span>Nezinho</span>,
menino de <span>Januária</span>, que atravessou a nado o Rio São
Francisco, num dos seus pontos mais largos. Ficou famoso, entre os
meninos, e
deu uma aula de vida àqueles que procuravam tirar proveito de sua
vitória. A
mão estendida, nem sempre é bem vinda.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">CLÁUDIO ANTÔNIO DE
ALMEIDA</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">BRASÍLIA – AGOSTO
DE 2012</span></span></div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-48277046606759078622012-09-25T07:28:00.002-07:002012-09-25T07:28:42.580-07:00Discurso do Coronel Edgar Eleutério Cardosopronunciado na Academia de Letras da Polícia Militar de MG<link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGIOALM%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGIOALM%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx" rel="themeData"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGIOALM%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml" rel="colorSchemeMapping"></link><!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 20pt;">Manoel José
de Almeida<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 14pt;">Centenário de seu nascimento - 23Set2012<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span> </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Tenho o prazer e a honra de ocupar a
tribuna desta Casa<span> </span>do Saber para cumprir
a missão estatutária de elaborar o elogio ao Patrono de minha cadeira - a de
número 9 - destinada a MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA - Coronel da Polícia Militar de
Minas Gerais. <span> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>A oportunidade não poderia ser
melhor, amanhã - dia 23 de setembro - comemora-se o Centenário de seu
Nascimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Gostaria, antes, de fazer um breve
comentário sobre o que me levou a escolher Manoel José de Almeida como
"patrono".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Convidado a integrar a Academia de
Letras João Guimarães Rosa da PMMG, apadrinhado pelo nosso distinto Presidente
João Bosco de Castro, como primeiro Acadêmico-Efetivo Curricular a ter seu nome
aprovado para a posse, tive a oportunidade de examinar o perfil de várias
personalidades. Todos com qualidades e méritos para dignificarem a condição de patronos
de uma academia de letras de Polícia Militar. Entretanto, um deles chamou-me a
atenção de maneira especial: um educador dotado de fé, de idealismo, de fibra
inquebrantável, persistência inabalável diante dos desafios do cumprimento de
sua missão, um obstinado e, sobretudo, um EDUCADOR - MANOEL <span> </span>JOSÉ DE ALMEIDA.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Ele nasceu em Januária, a 23 de
setembro de 1912. Desde criança, conviveu com as dificuldades que enfrentavam e
enfrentam as famílias desassistidas que habitam as "barrancas do São
Francisco". Ele próprio, apesar de nascido em família de algum recurso, se
considera um "flagelado", como ele mesmo se apresentou em discurso
proferido na Câmara dos Deputados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Ainda pequeno, trabalhava ajudando o
pai José Antônio de Almeida, modesto comerciante - tinha um pequeno armazém - e
no abate de animais de pequeno porte. Não podendo frequentar o Colégio com
regularidade, pôde concluir o Curso Primário somente aos 13 anos de idade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Contrariado, ainda adolescente
mudou-se para Diamantina, atendendo aos anseios da mãe - Dona Rita Dias de
Almeida. Sua vontade era permanecer em Januária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Seguindo o exemplo do pai e na ânsia
por antecipar sua maioridade, ingressou nas fileiras da Polícia Militar em
janeiro de 1928, portanto com 16 anos de idade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Ainda jovem, teve o seu batismo
profissional ou "batismo de fogo", como preferem alguns, ao
participar da Revolução de 1930. Sua Unidade, o 3º BPM, recebera a missão de
invadir e ocupar o sul da Bahia. Narra sua esposa Dona Márcia fato pitoresco
ocorrido quando da ocupação da cidade de Carinhanha: sendo Manoel de Almeida o
único soldado capaz de operar a metralhadora <i>hot kiss</i> da tropa, efetuou vários disparos em direção aos gritos
provocativos dos adversários. Posteriormente, ao retornarem àquela localidade para
instalarem o Núcleo da Escola Caio Martins, recebeu dos representantes daquela
comunidade um sino com 2 furos. Inicialmente sem saber o significado do
presente, foi-lhe esclarecido: o Coronel que ali se encontrava era o mesmo
jovem soldado que um dia ali estivera e teria atingido a torre da igrejinha
onde estava o sino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Pela sua participação no movimento,
recebe sua primeira promoção: a de Anspeçada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Em 1932, por ocasião da Revolução
Constitucionalista, foi designado para atuar no Triângulo Mineiro, quando a
Polícia Militar de Minas ocupou a fronteira do Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Tendo concluído o Curso de Formação
de Infantaria do Exército, no Rio de Janeiro, em primeiro lugar, pôde
matricular-se no 2º Ano do Curso de Formação de Oficiais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Foi declarado Aspirante a Oficial em
1936, tendo concluído o curso também em primeiro lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Em 1937 Manoel de Almeida foi
designado para Barbacena, cujo Cmt à época, era o Coronel Vicente Torres, um
ícone profissional já conhecido na Corporação pela capacidade de comando -
verdadeiro formador e condutor de líderes. Tornaram-se célebres: a trilogia
adotada em seu comando - "Honestidade - Trabalho - Disciplina" e a decisão
por ele tomada quando Comandante Geral da Polícia Militar - após recusa no
atendimento de pleito junto ao Governo do Estado, no sentido de obter melhores
condições de trabalho e remuneração digna<span>
</span>para seus comandados preferiu entregar o Comando sob o argumento de que
"não comandaria uma tropa calçada de sandálias".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>A trajetória profissional de Manoel
de Almeida prossegue... como que por desígnio do Criador, após rápida passagem
pelo DI retorna ao sul do Estado, agora também como Delegado Especial nas
cidades de Alfenas, Machado, Areado, Boa Esperança, Campos Gerais, Serrania,
Botelhos e Alterosa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Segundo Helena Pretóvna Blavatsky
"Não há coincidências, mas causas desconhecidas"...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Manoel de Almeida, como delegado de
Alfenas, é chamado a Boa Esperança a fim de apurar bárbaro homicídio ocorrido
no município: um cadáver sem a cabeça fora encontrado em uma localidade. Como
que por obra do destino conhece aquela que pouco tempo depois viria a se tornar
a sua companheira missionária, o seu amor, a seiva vivificante que lhe ajudaria
a cumprir os seus desígnios: Márcia Moreira de Souza. Com ela se casa em 24 de
janeiro de 1941, a qual passa a chamar-se Márcia de Sousa Almeida. Nessa
oportunidade, sabem que, juntos, teriam uma missão a cumprir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Logo após o casamento, acompanhado
de Dona Márcia, sua companheira inseparável, segue para o Rio de Janeiro onde
conclui o Curso de Educação Física do Exército, no Forte São João.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Retornando a Belo Horizonte, tem uma
passagem efêmera pelo DI, pois logo em seguida é designado para ser o
assistente militar do Major Ernesto Dorneles (primo do então Presidente Getúlio
Vargas), que exercia o cargo de Chefe de Polícia, ligado à Secretaria do
Interior do Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Com a saída de Ernesto Dorneles, em
1942, é designado assistente militar do Dr. Luiz Soares de Souza Rocha,
Delegado de Polícia, que passou a ocupar o cargo de Chefe da Polícia Civil. O
Dr. Luiz Soares é considerado pelos profissionais de polícia que o conheceram
um verdadeiro ícone. Prestou ele inestimáveis serviços à comunidade mineira. A Assembleia
Legislativa criou a "Medalha de Mérito Policial Civil",<span> </span>com seu nome, <span> </span>para agraciar policiais civis, personalidades
e instituições que, de alguma forma, contribuíram para a melhoria da segurança
pública em Minas Gerais. É a maior comenda da Instituição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>É nesse momento de sua vida que
Manoel José de Almeida inicia a produção de sua grandiosa obra intelectual. São
publicadas: "Coeficiente Afetivo" - "Integração da
Personalidade" - "Polícia do Futuro", além de vários artigos
publicados em revistas militares.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Foi Chefe de Gabinete do Comandante
Cândido Saraiva e, posteriormente, do Cel. José Vargas da Silva. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Promovido a Ten.-Cel. recebe a
honrosa missão de comandar o DI, onde tem a oportunidade de colocar em prática
parte de seus sonhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Elegeu-se Deputado Estadual para a
Legislatura de 1955 a 1959. Posteriormente, por cinco vezes consecutivas, é
eleito Deputado Federal. Tornou-se suplente para a legislatura seguinte.
Contudo, apesar de surgida a oportunidade para assumir a cadeira no Congresso,
preferiu não fazê-lo em razão de seu estado de saúde, já comprometido por
problemas cardíacos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Dá o passo para a eternidade em 9 de
maio de 1988. É o retorno à "Pátria espiritual".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Deixou 6 filhos: Maria Coeli,
Cláudio Antônio, Fernando José, Maria Ângela, João Lincoln e Rita Heloísa. Os
netos: dezoito. Bisnetos: nove.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Cumprida a tarefa do registro de
alguns marcos históricos, torna-se imprescindível cuidar das coisas mais
importantes, uma vez que, falar de uma personalidade, é cultuar os seus feitos,
as suas realizações; é exaltar as suas virtudes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Mas, antes, falemos um pouco sobre o
"Sentido para a vida"...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>E
o que é a vida?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Guimarães Rosa, em sua obra sempre
lida Grande Sertão: Veredas sustenta: <i>“O
fundamental na vida não é ponto de partida nem a chegada, mas a travessia”.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>De onde viemos? <b>Quem somos?</b> Para onde vamos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>O que é a vida?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Gonzaguinha, em sua bela canção <i>O que é, o que é?</i> diz:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Agency FB","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span> </span><b><span> </span></b></span><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">E a vida!<br />
<span> </span>E a vida o
que é?<br />
<span> </span>Diga lá,
meu irmão<br />
<span> </span>Ela é a
batida De um coração<br />
<span> </span>Ela é uma
doce ilusão</span></b><b><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">----<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b><span style="font-size: 10pt;"><span> </span>E
a vida<br />
<span> </span>Ela é
maravilha<br />
<span> </span>Ou é
sofrimento?<br />
<span> </span>Ela é
alegria<br />
<span> </span>Ou lamento?<br />
<span> </span>O que é? O
que é?<br />
<span> </span>Meu
irmão...<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: 10pt;"><span> </span><b>Há quem fale<br />
<span> </span>Que a vida
da gente<br />
<span> </span>É um nada
no mundo<br />
<span> </span>É uma gota,
é um tempo<br />
<span> </span>Que nem dá
um segundo...<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 10pt; line-height: 115%;"><span> </span>Há quem fale<br />
<span> </span>Que é um
divino<br />
<span> </span>Mistério
profundo<br />
<span> </span>É o sopro
do criador<br />
<span> </span>Numa
atitude repleta de amor...<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Agency FB","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">--<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span><span> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Filósofos, religiosos, pensadores,
cientistas e leigos desenvolvem teorias mais diversas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Quem estará com a verdade? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Klínger, nosso confrade e irmão
fraterno, ao falar para os alunos da ADESG, manifesta sua opinião sobre a vida:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>"Por
que, num certo dia, nascemos, fazemos uma caminhada e, <span> </span><span> </span>finalmente,
morremos? <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span><span> </span>Seria a vida humana um fim em si
mesma? Seria uma luz que acende, <span> </span>vai
acentuando o seu fulgor e, de repente, começa a fenecer, apaga-se? Se <span> </span>positivo,
então poderíamos raciocinar que, vivendo tão transitória e <span> </span>fugazmente,
o melhor seria adotar a postura do “gozar a vida”, adotar o <span> </span>epicurismo,
amealhar o máximo no mínimo de tempo (não importando os <span> </span>meios), proporcionar o máximo de bem-estar
a mim e aos meus, <span> </span><span> </span>mergulhar nos prazeres que o mundo
concede. Quanto aos outros – os que <span> </span>estão
fora do meu mundo e de minhas circunstâncias – que se danem! Cada <span> </span><span> </span>um
para si, considerando apenas seu mundo particular. Outros ainda dizem <span> </span><span> </span>cinicamente:
"cada um por si, Deus por todos". Mas não é assim que as coisas <span> </span>funcionam, isto
é uma ótica <span> </span>distorcida,
egoísta, do que é a vida e sua <span> </span>finalidade.
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>A
vida humana é tão somente uma passagem. Diríamos melhor: uma <span> </span><span> </span>travessia.
A travessia que, percorrendo caminhos nem sempre suaves, vai nos <span> </span>levar a um
patamar de ascensão. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>O
nosso corpo que, de um ponto de origem no ventre materno, cresce e <span> </span>se desenvolve, é, apesar
de sua fabulosa engenharia, um mero instrumento do <span> </span>sopro que o anima – a Alma. Esta é, segundo a visão
preponderante do <span> </span>pensamento
filosófico-religioso – cristão, judaico, hinduísta, islâmico... – o ente <span> </span>nuclear da
vida, o ente imortal. O corpo físico, não; com <span> </span>a
morte, fenômeno <span> </span>inexorável
e inevitável, perde o seu fluido vital, decompõe-se no <span> </span><span> </span>apodrecimento,
caso não seja incinerado ou conservado sem vitalidade <span> </span><span> </span>pela
mumificação ou outros processos de conservação da matéria. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Dentro
deste enfoque, creio, podemos nos aventurar a uma primeira <span> </span>ilação sobre a<span> </span>natureza da vida humana. Ela, como
travessia, é um meio de <span> </span>crescimento
e desenvolvimento de seu elemento principal e fundamental: a <span> </span>Alma. Ora, mas
não se cresce, não se alcança o progresso sem luta e <span> </span>sofrimento. Ninguém vá esperar,
ou alimentar a ilusão de que sua <span> </span><span> </span>passagem terrestre será uma estrada
pavimentada de rosas perfumadas, <span> </span>irrigada
por abundantes mananciais de mel e prazer. Não! A vida é, como dizia <span> </span><span> </span>o
poeta que cantou a saga indígena, “uma luta renhida; viver é lutar; é combate <span> </span>que, aos fracos abate; que, aos
fortes e aos bravos, só pode exaltar”. E eu digo <span> </span>mais: a vida é uma travessia penosa, sofrida e árdua,
uma trajetória de perdas <span> </span>e
ganhos, mas que acena com um fim glorioso – o triunfo espiritual, <span> </span><span> </span><span> </span>com a
Alma prosseguindo seu voo evolutivo. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Aceita
esta concepção do conceito da vida humana, o seu sentido <span> </span><span> </span>espiritual em detrimento do material, seria correta a
maneira com que a maioria <span> </span>vive,
ou seja, juntando e acumulando: ouro, joias, terrenos, edificações, títulos <span> </span>financeiros, semoventes?
Seria uma forma correta de viver gananciosamente, <span> </span>competindo, às vezes com violência ou
fraude, e buscando sempre a vitória, <span> </span>mesmo
que esta implique em excluir ou massacrar o próximo, que pode ser <span> </span>não apenas um, mas
dezenas, centenas e até milhões de seres humanos que <span> </span><span> </span><span> </span>vegetam na mais ignominiosa miséria?
Seria correto o modus vivendi <span> </span>que
só se direciona para o poder, honrarias e glórias? <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Não!
É a resposta cristalina a todas essas indagações. Nem bens nem <span> </span><span> </span>riquezas,
nem poderio econômico, ou político, ou institucional, nem honrarias <span> </span>nem glórias mundanas
seguem conosco na viagem final, quando a Alma <span> </span>imortal
deixa o corpo físico. Esses bens materiais e ilusórios ficam, muitas <span> </span>vezes servindo para
discórdia, desunião e lutas fratricidas. Tudo isto se <span> </span><span> </span><span> </span>desfaz como poeira."<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<span style="color: black;"><span> </span>Após comentar sobre o "TER", reflete sobre
o "SER":<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 9pt; line-height: 137%;"><span> </span></span></i><i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Todo homem,
criatura divina, estrutura-se nos planos físico, emocional <span> </span>(ou sensível) e
espiritual. Segundo o pensador católico Michel Quoist e outros <span> </span>de vertentes
diversas como Lao-Tsé, Yang Tschou e Buda, entre os orientais, e <span> </span>Herman Hesse e Teillard de
Chardin, entre os ocidentais, o homem é o <span> </span>construtor
de si mesmo, é ele que desenha o seu destino. E o homem bem <span> </span>construído é aquele
que mantém o equilíbrio dos três planos, obedecendo à <span> </span>hierarquia de comando: Quem
comanda é o plano espiritual, o plano da alma. <span> </span>O
homem que deixa o corpo comandar, ou segue apenas os impulsos do plano <span> </span><span> </span>sensível,
é um homem truncado, que, às vezes, passa a vida em permanente <span> </span>desequilíbrio, ou até
rastejando. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Para
“’’SER”, o homem tem que se construir, tendo por base princípios <span> </span>éticos que regem a
trajetória evolutiva da Alma. Esses princípios, uma espécie <span> </span>de leis
morais do universo,vêm inatos na consciência do indivíduo, podem <span> </span>emergir naturalmente,
ou são desenvolvidos <span> </span>através do processo
educacional: <span> </span>na família, na
escola, no trabalho, na religião, no relacionamento social... Há <span> </span>indivíduos rígidos,
verdadeiras couraças, que bloqueiam qualquer tentativa de <span> </span>despertar interior.
Cristo, em sua sabedoria, os classificava (Parábola do <span> </span><span> </span>Semeador)
de homens “beira de caminho”, ou “pedregulho” ou “espinheiro”. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Por
conseguinte, o indivíduo que, na sua travessia, opta pelo “SER” em <span> </span><span> </span>detrimento
do <span> </span>ter”, acolhe e internaliza, refletindo
nos seus valores de vida, <span> </span>alguns
princípios éticos essenciais: Fé, Honestidade, Respeito à Dignidade <span> </span>Humana, Amor ao
Trabalho, Visão de Progresso, Humildade, Coragem e <span> </span>Justiça. Ancorando e cultivando
esses princípios, o optante estrutura todo o <span> </span>seu
arcabouço de valores que vão nortear a sua vida como filho, estudante, <span> </span><span> </span>parceria na constituição de uma família, solidariedade na
edificação de uma <span> </span><span> </span>comunidade, no desenvolvimento
de uma atividade profissional e em todas as <span> </span>suas
relações sociais, econômicas, institucionais, políticas, religiosas... <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 137%; margin-bottom: 9pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Quem
“É”, ou seja, aquele que optou pelo “SER”, pode “ter”, isto é, pode <span> </span>e deve perseguir a
prosperidade, o conforto, o desfrute das benesses da vida... <span> </span>Certamente, de suas <span> </span>posses não será o detentor egoísta –
o acumulador de <span> </span>bens
e supérfluos, o consumidor sem limites e irresponsável – mas sim o <span> </span>agente de circulação
de riquezas, o gerador de empregos dignos, o detonador <span> </span>do desenvolvimento econômico e social
das massas, o impulsionador da <span> </span><span> </span>tecnologia útil e acessível para o
bem-estar da humanidade. <b>Deve buscar o <span> </span>poder, a
política e a liderança, pois exercê-lo-ás com base no amor, para <span> </span><span> </span>promover
o bem-comum, visando o progresso da humanidade. (negritei).</b><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span><span> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Nessa travessia, não devemos ter a
pretensão de chegar a algum porto definitivo, final. É importante acreditarmos
que sempre há algo a fazer, uma nova missão a cumprir... ou uma
"dívida" a pagar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>A amplitude da reflexão provoca-nos
a renúncia... assim alcançamos a paz... É nesse momento que o homem descobre a
si mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA era
espiritualista. Acreditava no homem como obra de um Ser Supremo, capaz de
evoluir...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Conforme dito anteriormente, tão
logo o Coronel José Vargas da Silva assumiu o Comando da Polícia Militar, designou
o então Maj. Almeida como Chefe de seu Gabinete.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Nessa condição e tendo apoio
irrestrito do Chefe, Manoel de Almeida pôde concretizar uma série aspirações:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">1.
Escola de Iniciação Musical - implantada no Departamento de Instrução foi
responsável pela formação de grandes profissionais que vieram a formar as bases
das Orquestras Sinfônicas de Minas Gerais, São Paulo, Brasília e do Paraná. Foi
seu fundador o Maestro Jean-François Douliez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">2. Curso
de Psicopedagogia - vinculado ao Gabinete do Comandante-Geral.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">3.
Seminários de Criminologia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">4.
Estudos de Mesologia Criminal.<span> </span>Oficiais,
professores e alunos tiveram a oportunidade de realizar viagem de estudo nos
Vales do Aço e Rio Doce, inclusive indo até a reserva indígena <i>Crenaque</i>, com o objetivo de estudar os
fatores de mesologia criminal na região, o que permitiu a Manoel de Almeida
elaborar monografia sobre o tema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">5.
Colégio Tiradentes. Além da versão registrada de forma clara e categórica no
livro "Semeando e Colhendo", procurei ouvir uma das pessoas presentes
à reunião em que foi elaborada a proposta de criação do colégio - o saudoso Cel.
Saul, nosso irmão e confrade Acadêmico-Efetivo-Comunial. Em entrevista
concedida a mim, na presença de João Bosco de Castro, Saul Martins confirmou
sua presença ressaltando ainda as participações de Jofre Lellis e do Dr. Carlos
Porfírio dos Santos que inclusive foi o primeiro Diretor do Colégio, escolhido em
virtude de sua vasta experiência pedagógica. A escolha do nome "Tiradentes"
coube ao Cel. Vargas, em homenagem ao protomártir da independência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">As
Escolas Caio Martins<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><i><span style="font-family: "Agency FB","sans-serif";"><span> </span><span> </span>Mais
do que máquinas precisamos de humanidade.<br />
<span> </span>Mais
do que inteligência precisamos de afeição e doçura.<br />
<span> </span>Sem
essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido.<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><i><span style="font-family: "Agency FB","sans-serif";"><span>
</span>(<a href="http://pensador.uol.com.br/autor/charles_chaplin/"><span style="color: windowtext; text-decoration: none;">Charles
Chaplin</span></a>)</span></i></b><b><i><span style="font-family: "Agency FB","sans-serif";"><o:p></o:p></span></i></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>O tema merece destaque especial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Os problemas sociais a cada dia se
agravavam em Minas Gerais. Era fato que isso também ocorria em outros estados,
o que trazia intranquilidade ao então Governador Milton Soares Campos. A prisão
de um perigoso assassino - José Muniz - vem apressar a decisão de se adotar uma
política voltada para crianças desassistidas e desamparadas. O criminoso, ao
confessar os diversos delitos, expõe a fragilidade das políticas de governo: quando
criança, sua mãe, gravemente enferma não pode receber assistência na comunidade
onde vivia. Tendo procurado de várias formas obter de forma honesta o
medicamento que ela necessitava, não encontrou resposta. Assim, teve de roubar
para poder comprá-lo, o que aconteceu de forma tardia; sua mãe falecera. Adotara
assim a vida de marginal para "vingar-se de todos".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>O Comandante Vargas, aquiescendo à
convocação feita pelo Governador, "amparar o<span> </span>menor antes que se torne um foragido da
justiça...", chama seu Chefe de Gabinete e paga-lhe a missão: ir visitar a
Fazenda Santa Tereza, que era destinada à remonta de cavalos e que se mostrava
improdutiva,<span> </span>a fim de avaliar as
condições de seu aproveitamento, dentro das ideias já existentes na PM de
"criação de escolas-creche voltadas para assistir a criança e os menos
afortunados".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Acompanhado de toda a família,
Manoel de Almeida visita a fazenda, reencontrando alguns amigos que lá moravam.
É durante esta visita que vem-lhe o "estalo", o "despertar
interior", e diz para sua esposa: "Márcia, e se a Polícia Militar
aproveitasse a fazenda para abrigar menores abandonados?". Sempre apoiando
suas ideias ela prontamente concorda, sabendo da longa, espinhosa mas
gratificante caminhada que iriam iniciar. Estavam certos de que iniciavam uma
obra que contribuiria para a edificação de uma sociedade mais justa e mais
fraterna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Definida que a "missão"
seria sua, Manoel de Almeida apresenta o "Plano de Organização de uma
Granja-escola". Nele faz constar, além dos objetivos da Granja, sua sede,
os recursos materiais necessários, pessoal, sua estrutura organizacional, as
atividades a serem praticadas pelos menores, a duração do aprendizado, etc.
Sugere o nome escolhido para a Escola. Deveria chamar-se Caio Martins, em
homenagem ao menino-herói Caio Martins, escoteiro mineiro, que morrera em
trágico acidente na Serra da Mantiqueira, quando do engavetamento dos vagões do
trem que levavam o seu grupo para uma viagem de intercâmbio em São Paulo.
Naquela oportunidade o jovem, apesar de mortalmente ferido, recusa-se a ser
transportado em uma maca e pronuncia a frase que hoje é lema do escotismo: <b>"O escoteiro caminha com as próprias
pernas"</b>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>No dia 5 de janeiro de 1948 é
inaugurada a Escola, com a presença do governador Milton Campos, do Comandante-Geral
e de várias outras autoridades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>E o homem vai edificando o seu
próprio templo. Cada um escolhe a sua trajetória. Nada acontece por acaso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span><span> </span>Manoel
José de Almeida, em sua simplicidade, acreditava que o processo de ensino
deveria ser alicerçado, adotando-se o "Sistema de Lares",
argumentando que uma criança precisava de um lar igual ou melhor do que ao que
perdera. Deveria a formação daquelas crianças e jovens alcançar e integrar as 4
dimensões da consciência humana; a física, a mental, a emocional e a espiritual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Dona Márcia, em sua obra já citada,
narra o que o Cel. Almeida dizia com convicção:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>" Foi feito um Plano. Estabeleceram-se
as linhas mestras de um edifício que se projeta construir... a criança é
construída aos poucos. O homem que ela será um dia é resultado do trabalho que
se fez para construir este homem; aliás, cabe parafrasear ... <b>o homem é filho da criança!</b> ... Não
desejamos ver esta Escola transformada em mero 'depósito de crianças'. ...tem
uma intenção bem definida."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Era um "laboratório vivo",
onde a tônica prevalente sempre foi a de educar e assistir a criança
desamparada. Manoel de Almeida fortalecia a crença de que agindo assim não
teria que reprimir o criminoso que ela seria no amanhã. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>As palavras de Caio Martins<span> </span>- <b>"O
escoteiro caminha com as próprias pernas"</b> - ditas com desprendimento,
com coragem, com o pensamento de que outro poderia se beneficiar com a padiola,
passou a ser entendida no seu sentido mais amplo, simbólico, e em vários
momentos da caminhada serviram de fortalecimento para a continuação da jornada,
tamanhas eram as dificuldades que se apresentavam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Não foram poucas as críticas
destrutivas recebidas, inclusive por parte de alguns colegas de farda.<span> </span>Entretanto, as escolas também recebiam
calorosos elogios de educadores de fama reconhecida, dentre outros: Helena
Antipoff, Hazel O'Hara, Alaíde Lisboa, Eunice Weaver, Abgar Renault, Dr. Pedro
Aleixo, Anísio Teixeira, Malba Tahan (Júlio César de Mello e Souza).<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pirapora
- 1952<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>E a missão se amplia...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Disse Saint-Exupéry em Terra dos
Homens: "O que salva é dar um passo. Mais um passo. É sempre o mesmo passo
que recomeça..."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Mais crianças desamparadas que
entrariam para o laboratório das Escolas Caio Martins. O lema de Caiomartiniano
"caminhar com as próprias pernas" continuava a funcionar com
criatividade, flexibilidade e dinamismo. Novos desafios: agora um aprendizado
voltado também para a família dos pescadores. Foi criada uma "Missão Rural
Fluvial" para melhor atender a comunidade dos povoados ribeirinhos, com
remédios, ensinamentos rurais, criando um ambiente propício para o
"semear" de novos conhecimentos, tendo como alvo principal o
pescador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>A nova escola contou, desde a
inauguração, com o apoio de "bandeirantes" formados em Esmeraldas.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Carinhanha
- 1953<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Já estamos no Governo de Juscelino
Kubitschek.<span> </span>Tivera o estadista a
oportunidade de conhecer as Escolas Caio Martins de Esmeraldas, inclusive
acompanhado do Governador de Alagoas e esposa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Após a visita convocou o Ten.-Cel.
Manoel de Almeida em seu gabinete. Disse-lhe que tinha um problema e que ele -
Manoel - poderia ajudar a solucioná-lo: em Carinhanha, o Estado havia se apropriado
de uma gleba extensa de terras e o governo estava com dificuldade para
aproveitá-la, havendo o risco de ser ela adquirida por influente político, fato
que poderia comprometê-lo politicamente. Reforçou: "eu quero ver aquelas
terras cheias de crianças, levando alegria àquela região tão abandonada de
nosso estado."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Era mais uma "mensagem" a
ser entregue... o Núcleo foi inaugurado em 23 de setembro de 1953 - dia do
aniversário natalício de Manoel de Almeida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Esse núcleo contou com o apoio de 12
novos bandeirantes - meninos e adolescentes entre 12 e 17 anos. Cada um deles
seria o responsável por criar e administrar, sozinho, um setor de atividade.
Hoje, transformadas em cidade, Juvenília é grata ao Cel. Almeida, homenageado
inclusive no Hino da Cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
Comando do Departamento de Instrução<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Como Comandante do Departamento de
Instrução revigorou o sistema de ensino, reformulando os currículos e redirecionando
a formação dos oficiais para a "polícia do futuro", na qual
acreditava.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">A
Jornada como Parlamentar<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Manoel José de Almeida era avesso à
política. Não aceitava a ideia de candidatar-se. Contudo, tendo sido
transferido do DI para o Quadro Suplementar, viu-se numa encruzilhada. Apesar
de ter mais tempo para cuidar das obras nas Escolas Caio Martins via as
dificuldades de obter apoio para mantê-las, apesar da fama positiva já
construída e do apoio da comunidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Viu, então, na política, a possibilidade
de solução.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Por sugestão do Deputado Último de
Carvalho filia-se ao PSD e coloca seu nome à disposição do partido. Teve
definitivo apoio do Governador Benedito Valadares, que contrariando a indicação
do Presidente Juscelino, que manifestara sua preferência por Edgard Magalhães,
de seu gabinete, indica seu nome para concorrer ao pleito. Em outubro de 1954,
é eleito deputado estadual para a legislatura de 1955 a 1959.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Tendo tomado posse como deputado,
outras missões passaram a ocupar a sua vida. Deveria desenvolver novas
habilidades que lhe permitissem continuar na sua marcha evolutiva e ascensional
sem chafurdar-se na areia movediça do poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Seu primeiro embate foi para
defender a criação da barragem de Três Marias. A obra era mais do que justificável.<span> </span>As águas do São Francisco, tendo regulado o
seu fluxo, poderiam diminuir o sofrimento das comunidades ribeirinhas, quando
das enchentes e atender as suas necessidades por ocasião das vazantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Apesar das advertências do
Presidente do seu partido, Manoel de Almeida lidera uma Comissão de Prefeitos
da região para uma audiência com o Presidente Juscelino, fato determinante para
que a construção da barragem se tornasse prioridade do governo JK.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Como Deputado Estadual foi bastante
atuante, destacando-se dentre outras iniciativas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">1.
Projetos e Emendas em favor das Escolas Caio Martins (entrevista com Saul
Martins).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">2.
Carteira Predial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">3.
Criação do Departamento Social do Menor - e a criança desvalida se beneficia
com o projeto que se transforma em Lei.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">4.
Criação da Escola Agrotécnica de Januária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">5.
Projetos infraestruturais: construção de estradas, pontes, barcaças, rede de
transmissão de energia, etc, para vários municípios do Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Durante esse período, são criadas
duas novas escolas: <b>Centro de Treinamento
de São Francisco e Núcleo Colonial do Vale do Urucuia</b>. Os bandeirantes do
novo núcleo eram agora professores, já amadurecidos e mais preparados para o
apostolado que iriam enfrentar, certos de que a obra seria mais rentável e de
qualidade superior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>. . .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>A missão se renova e se amplia. Novo
passo a ser dado. Disse Saint-Exupéry:"Ser homem é precisamente ser
responsável.<span> </span>...É sentir, colocando a
sua pedra, que contribui para construir o mundo... A gente se sente tão bem,
tão livre, quando está trabalhando a terra! E além disso, quem é que vai cuidar
de minhas árvores agora?"<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Manoel José de Almeida elege-se como
Deputado Federal no dia 3 de outubro de 1958, sendo diplomado no dia 13 de
dezembro do mesmo ano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Reelege-se por 4 vezes consecutivas
- legislaturas: 1963-1967 / 1967-1971 / 1971-1975 e 1975 / 1979.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Como Deputado Federal, teve a
oportunidade de dar um cunho mais amplo à sua obra de edificação do homem. Três
iniciativas se mostram mais relevantes: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>1. Apresentou projeto, que resultou
na lei que incluiu 22.000 K2 de terras mineiras da margem<span> </span>do Rio São Francisco na área de operação da
SUDENE. Com este projeto, modificou-se a fisionomia geoeconômica dos municípios
de Januária, São Francisco e Manga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>2.<span>
</span>Projeto de Lei Diretrizes e Base do Ensino Nacional.<span>
</span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>3. A obra de maior significado em
que teve a oportunidade de participar na qualidade de relator - a CPI do Menor.
O documento conclusivo apresentou "A Realidade Brasileira do Menor",
tratando do tema sem que o mesmo estivesse coberto com o "manto diáfano da
fantasia". A verdade foi exposta de forma nua e crua - a marginalização do
menor; a quantificação do problema; as causas da marginalização do menor;
educação; profissionalização; ação governamental; atualização do código de
menores. A bússola apontava para o norte da solução ou minimização do problema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Manoel de Almeida deixou várias
obras escritas - todas voltadas para a área social e do desenvolvimento humano.
Podemos elencar:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>1. Roteiro Parlamentar;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>2. Escola "Caio Martins" -
Desenvolvimento de seu Programa de Ação;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>3. Crédito e Pecuária;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>4. O Café e a Economia Nacional;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>5. A Realidade Brasileira do Menor;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>6. Os alicerces da Obra do São
Francisco;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>7. O Drama do São Francisco;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>8. Reforma agrária;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>9. O Problema da Carne no Brasil;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>10. João Rafael - o Navegante do São
Francisco;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>11. Extensão dos Benefícios do BNH
ao meio Rural;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>12; O Problema de Furnas e o
Condomínio Rural de Piuí;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>13. Fundação Nacional de Educação de
Base;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>14. Brasília e sua missão histórica;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>15. Município, Célula e Base do
Desenvolvimento Nacional;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>16. Política de Incentivo ao
Produtor Rural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span><span> </span>Saul
Martins, ao prefaciar o livro de Dona Márcia e tratar das Escolas Caio Martins
presta um testemunho luminar: "Manoel de Almeida era a coluna-mestra
daquele templo de Educação. Mas um só pilar não sustentaria o edifício, tamanho
era o peso das respectivas responsabilidades sociais, pedagógicas e administrativas.
A seu lado, ergueu-se outra pilastra, a autora deste Livro esplêndido, Dona
Márcia, assim designada pelos mais próximos. ...Em síntese, eu digo que Almeida
era o cérebro, fulcro de ideias criadoras; e Dona Márcia, o espírito, a alma
indulgente<span> </span>que iluminava as escolas e as
fazia expandir-se harmoniosamente. ...deu-lhe carinho e objetivo apoio. Penso
que sem ela não haveria as Escolas Caio Martins." <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Eu complemento, após ler o livro:
edificaram a vida a dois, "tocando o piano com quatro mãos".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>E a vida, o que é a vida? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Travessia? Caminhada? Elo entre duas
eternidades?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>"Cada indivíduo constrói a sua
própria lenda". "Cada um deixa/entrega a sua mensagem" <span> </span>Felizes aqueles que compreendem e
compreenderam o verdadeiro sentido da vida. De nossa travessia, não levamos
nada... podemos deixar templos edificados e pessoas responsáveis por dar
continuidade à nossa obra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span><b>Manoel
José de Almeida</b> está entre nós!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Belo Horizonte, 22 de setembro de
2012.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Edgar Eleutério Cardoso<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span>Cadeira Nº 9<span> </span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-27933450108485814372012-09-18T10:48:00.004-07:002012-09-18T10:48:59.982-07:00Convite para a festa de encerramento do Centenário de Manoel José de Almeida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-E1AH-XEhVV8/UFiz4eKIXWI/AAAAAAAAAPc/4BPyPPJd5aM/s1600/convite+Centen%C3%A1rio.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://4.bp.blogspot.com/-E1AH-XEhVV8/UFiz4eKIXWI/AAAAAAAAAPc/4BPyPPJd5aM/s320/convite+Centen%C3%A1rio.JPG" width="320" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-78822221018647102202012-09-18T10:10:00.001-07:002012-09-18T10:10:18.552-07:00Homenagem à Manoel José de Almeida na Assembléia Legislativa de MG<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-RD6LCn-z68Y/UFiqvyr7DOI/AAAAAAAAAOo/3wcdlLuDcnM/s1600/2012-09-17+20.11.41.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-RD6LCn-z68Y/UFiqvyr7DOI/AAAAAAAAAOo/3wcdlLuDcnM/s320/2012-09-17+20.11.41.JPG" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-WVYwMC5Vljo/UFiqxO6q81I/AAAAAAAAAOw/Os6TajDbak8/s1600/2012-09-17+20.12.16.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-WVYwMC5Vljo/UFiqxO6q81I/AAAAAAAAAOw/Os6TajDbak8/s320/2012-09-17+20.12.16.JPG" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-NKWR6SmDpyo/UFiqyl5-u9I/AAAAAAAAAO4/TsOOANgTjHI/s1600/2012-09-17+20.12.42.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-NKWR6SmDpyo/UFiqyl5-u9I/AAAAAAAAAO4/TsOOANgTjHI/s320/2012-09-17+20.12.42.JPG" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-lRCfzk7mj00/UFiq0MzBWoI/AAAAAAAAAPA/5edJO-0gmkU/s1600/2012-09-17+20.12.54.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-lRCfzk7mj00/UFiq0MzBWoI/AAAAAAAAAPA/5edJO-0gmkU/s320/2012-09-17+20.12.54.JPG" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-u0j1rA438cw/UFiq1J_LlxI/AAAAAAAAAPI/pyMQ-TkB_os/s1600/2012-09-17+20.49.55.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-u0j1rA438cw/UFiq1J_LlxI/AAAAAAAAAPI/pyMQ-TkB_os/s320/2012-09-17+20.49.55.JPG" width="320" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-70364439049897569162012-09-18T10:05:00.002-07:002012-09-18T10:05:25.311-07:00Seminário de Juvenília e visita de Fernando à Januária<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-X62T3OXnMiE/UFipUhU47SI/AAAAAAAAAN4/v6kd-DWYWSs/s1600/DSC01554.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-X62T3OXnMiE/UFipUhU47SI/AAAAAAAAAN4/v6kd-DWYWSs/s320/DSC01554.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-qVM8HAxALv4/UFipUG_9LjI/AAAAAAAAANw/WeQHl7rYnLo/s1600/DSC01553.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-qVM8HAxALv4/UFipUG_9LjI/AAAAAAAAANw/WeQHl7rYnLo/s320/DSC01553.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-rjl0TCTGa88/UFipRypCzfI/AAAAAAAAANY/5HqZrlvfcF4/s1600/DSC01472.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-rjl0TCTGa88/UFipRypCzfI/AAAAAAAAANY/5HqZrlvfcF4/s320/DSC01472.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-2mNTl4N-MV4/UFipTXSX6sI/AAAAAAAAANo/MxuXTDJlL5I/s1600/DSC01537.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-2mNTl4N-MV4/UFipTXSX6sI/AAAAAAAAANo/MxuXTDJlL5I/s320/DSC01537.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-etOD8iYnGq8/UFipgsaF-vI/AAAAAAAAAOI/RNsuAM-w89o/s1600/DSC01607.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-etOD8iYnGq8/UFipgsaF-vI/AAAAAAAAAOI/RNsuAM-w89o/s320/DSC01607.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-9GKxW7PR-dY/UFipSjBmAAI/AAAAAAAAANg/8fGyNW1TuwQ/s1600/DSC01525.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-9GKxW7PR-dY/UFipSjBmAAI/AAAAAAAAANg/8fGyNW1TuwQ/s320/DSC01525.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ThTnhfck4-4/UFiphf-bpxI/AAAAAAAAAOQ/_61gat9QhZE/s1600/DSC01609.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-ThTnhfck4-4/UFiphf-bpxI/AAAAAAAAAOQ/_61gat9QhZE/s320/DSC01609.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-aDS4JD6srtA/UFipiX0xo3I/AAAAAAAAAOY/nfN0uwYecAk/s1600/DSC01642.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-aDS4JD6srtA/UFipiX0xo3I/AAAAAAAAAOY/nfN0uwYecAk/s320/DSC01642.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-GXZsZSqLfJc/UFipjDWLH2I/AAAAAAAAAOc/NbYyz07Ma44/s1600/IMG_8231.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-GXZsZSqLfJc/UFipjDWLH2I/AAAAAAAAAOc/NbYyz07Ma44/s320/IMG_8231.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-1tukhonlWc8/UFipjyMpS5I/AAAAAAAAAOg/3R9zBsDFHPU/s1600/IMG_8240.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-1tukhonlWc8/UFipjyMpS5I/AAAAAAAAAOg/3R9zBsDFHPU/s320/IMG_8240.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-54590667755789622012-09-18T09:49:00.000-07:002012-09-18T09:49:32.123-07:00Seminário em Januária <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-4j8ASsZEvp0/UFil8KTC2RI/AAAAAAAAAMo/iJ1F2JjCkzM/s1600/DSC00570.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-4j8ASsZEvp0/UFil8KTC2RI/AAAAAAAAAMo/iJ1F2JjCkzM/s320/DSC00570.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-gscryhrIL8s/UFil9M31LeI/AAAAAAAAAMw/oqD28Zwz_sE/s1600/DSC00654.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-gscryhrIL8s/UFil9M31LeI/AAAAAAAAAMw/oqD28Zwz_sE/s320/DSC00654.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-y6fldScfqZY/UFil97bP6zI/AAAAAAAAAM4/gaE6FiQ8LNw/s1600/DSC00815.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-y6fldScfqZY/UFil97bP6zI/AAAAAAAAAM4/gaE6FiQ8LNw/s320/DSC00815.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-z9YNmQasPhQ/UFil-kdcCAI/AAAAAAAAANA/pakh1LtXNf8/s1600/DSC00903.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://3.bp.blogspot.com/-z9YNmQasPhQ/UFil-kdcCAI/AAAAAAAAANA/pakh1LtXNf8/s320/DSC00903.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-iyZeaH4TWhE/UFil_JUwjJI/AAAAAAAAANE/BcIxqxlQTmM/s1600/DSC00941.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-iyZeaH4TWhE/UFil_JUwjJI/AAAAAAAAANE/BcIxqxlQTmM/s320/DSC00941.JPG" width="320" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-4209434180224186282012-09-18T09:44:00.002-07:002012-09-19T03:54:11.970-07:00Esqueceram de mim - de Cláudio Antônio de Almeida<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;"><span class="il">ESQUECERAM</span>
DE <span class="il">MIM</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Creio que toda família
tem uma história dessas – <span class="il">esqueceram</span> um filho
para trás e só deram falta horas ou dias depois, ou se
deram falta. Sim, tem
gente tão desligada que precisa alguém achar para se tocar. Mas cada um
conta
como pode e sente os efeitos como deseja, se não foi
ele o esquecido, no caso. E nessa história, olha eu lá
abandonado, largado, no meio da noite.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Meu pai, Manoel José
de Almeida,
era candidato a Deputado Estadual em Minas Gerais e,
política não era coisa de criança,
mas não sei porque razão, eu fazia parte da comitiva de meu pai à uma cidade do norte de Minas. Tinha
entre dez e doze anos, magrelo e comprido, mas era o crianção.
Meu pai tinha um motorista chamado Paulo, era brincalhão e se tornou em
pouco
tempo o ídolo da meninada, pois fazia tudo o que a gente gostava,
inclusive as coisas proibidas, como usar o carro da Caio Martins para
finalidades
não públicas. Apesar de estudar num Colégio num bairro distante, não me
lembro
de ter sido conduzido por um carro público até o estabelecimento. E meu
pai
fazia essas coisas naturalmente. Não me lembro dele dando ordens para
que não
usassem para a família os veículos públicos. Era espontâneo, e eu e meu
irmão
íamos de bonde para a escola, quando não íamos a pé, para fazer
economia, com
vistas a utilizar a grana em algo mais interessante. Também não me
lembro de
reclamar dessa maratona diária, para chegar até àquele templo dos padres
escolápios, dos quais não guardo boas lembranças. Mas essa
história fica para outro momento.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Mas chegamos a Januária
e fomos para a casa do chefe-político da cidade.
Com o Estado Novo, época da ditadura getulista, os governadores dos
Estados
eram nomeados pelo Presidente e, os Prefeitos Municipais, pelo
Governador. Eram
interventores. Então, o coronelismo imperava em larga
escala, principalmente por se tratar de pessoas de grande posse e
relações
políticas suspeitas, mas que lhes rendiam os dividendos necessários. Daí
nasciam os donos de cartório, o delegado de polícia, a
diretora da escola, o chefe dos correios e telégrafos, etc. Meu pai
havia
mandado confeccionar suas cédulas para a eleição. Lembro-me que a sala
da minha
casa ficou superlotada com os pacotes de cédulas e propagandas
eleitorais. E
isso tudo pra <span class="il">mim</span>, era uma grande novidade.
Estava penetrando num mundo
hermético da política mineira. Os mais velhos diziam que os grandes
políticos
do estado eram descendentes de uma mineira, muito especial, chamada
Joaquina de
Pompeu. Diziam que ela se casava com homens de posse, e com o tempo,
eles
desapareciam. Então ela ficava com as propriedades dele. Surgia novo
casamento
e o fato sucedia com aquele novo infeliz. Contavam que ela tinha terras
em toda
a margem esquerda do rio São Francisco, chegando até ao Estado de Goiás,
onde
havia uma fazenda chamada “papuda”, pertencente a ela, localizada
hoje no Distrito Federal. Mas aquela mulher mandava seus filhos e
protegidos estudar num colégio chamado “Caraça”. Por ali,
como em Harvard, nos States, passou a nata da sociedade mineira -
agricultores,
pecuaristas, cafeicultores, comerciantes, empresários, banqueiros, etc. E
os
jovens formados ali tinham um destino certo. Primeiro, eram ótimos
partidos
para um bom enlace, segundo, preparados para ocupar uma deputança
e dominar o cenário político de sua região, onde já existia um pai
nomeado
prefeito e todo um arcabouço de regalias. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">E Januária
tinha o seu “barão”. Morava na melhor casa, normalmente, a única
rua calçada, era cortejado e respeitado. Dono de
propriedades rurais e muito gado. Isso sim, era o status. Diziam que a
maior
parte das terras foram tomadas dos pequenos posseiros e
passadas em “seus cartórios”, para o nome dos membros da família. As
vezes não conheciam dez por cento das terras. Eram os
autênticos “donatários” portugueses, possuidores das capitanias
hereditárias.
Lembro-me bem, era um senhor muito gordo e falava assoprando. Estranho,
mas era
muito difícil entender. Imagino ele comendo farofa. Creio
que as pessoas faziam que entendiam para não criar um
conflito lingüístico com a autoridade. A esposa, igualmente gorda, se
desdobrava em agradar meu pai. Tinha uma filha, mais ou menos da minha
idade, igualmente
gorda, mas não se dignou em momento algum a destilar algum tipo olhar
para o
humilde visitante. E o pessoal ia chegando e falando alto. Passaram
várias
garrafadas de café e biscoitos. Era uma festa. Via que meu pai era o
centro das
atenções e todos queriam conversar com ele, dar aquelas batidinhas nas
costas
demonstrando cumplicidade e comprometimento. Essas coisas são boas de se
perceber. Aliás, eram, pois os tempos mudaram e a política mudou muito.
Ainda
bem. Cada uma daquelas pessoas era um tipo de segundo escalão do poder
central
da cidade. O Prefeito distribuía as cédulas para aquelas pessoas, que
eram, no
dia da eleição, colocadas dentro de um envelope, com o destino de cada
candidato lacrado. O pobre do eleitor nem sabia o que estava ali dentro,
mas
era o instrumento de legalização do ato, pois tinha um título de
eleitor. E
olha que tinha eleitor morto há vários anos e que continuava lá firme,
cumprindo
seu compromisso cívico perante a justiça eleitoral. Meu pai nascera
naquela
cidade, mas não me lembro, em minha infância de ter passado férias por
lá.
Imagino que não existiam parentes. Nossas férias eram no sul de Minas,
na terra
de minha mãe. Meu pai era de família pobre e humilde. Não era dotado dos
sobrenomes que destacam os domínios financeiros do município. Era um
Almeida. Apenas
um Almeida, no meio daqueles lastros que dominavam o município e o
poderoso
Estado de Minas. À época, se praticava a chamada política do café com
leite, ou
seja, num ano é escolhido um candidato paulista e no outro, um mineiro.
Os
outros Estados dançavam, pois o domínio era mesmo dos dois produtores de
café e
leite. Domínio econômico. E eram nesses Estados que surgiam os
grande Bancos, os conglomerados industriais e comerciais. E meu
pai foi
se meter a ser Deputado no meio daqueles coronéis poderosos, que
normalmente,
faziam de seus filhos ou enteados, seus herdeiros políticos. Via que meu
pai estava fora do seu mundo, seu ambiente, seus discos,
sua
música, seus livros. A linguagem ali era outra, mas, pensava, é a tal de
missão
que dizem ter que enfrentar. E ele realmente tinha um compromisso, pois
assumiu
a responsabilidade, junto a sua inseparável mulher, de criar uma
instituição
para a recuperação e amparo do menor carente ou abandonado no Estado.
Era seu
projeto político. Não havia outra alternativa, pois a obra crescia e os
recursos financeiros eram finitos em pouco tempo. Lembro-me
um dia meu pai indo à casa de um Deputado Federal, num bairro muito
chique, em Belo Horizonte. Ele
iria pedir para que sua obra fosse contemplada nas subvenções
orçamentárias do
ano seguinte. Chovia muito e a mulher do Deputado nos atendeu na porta e
nos
deixou na porta, tomando chuva, enquanto chamava o marido. O homenzinho,
bem
amestrado, também não convidou meu pai para entrar, resolvendo as
pendengas ali
mesmo, na chuva. Ele não, apenas eu e meu pai molhávamos. Senti algo de
diferente naquele dia, que hoje ainda mexe com meus brios. O Manoel de
Almeida
era humilde, mas soberbo. Mas não esqueci. Dizem que o mineiro não
guarda
rancor, mas não esquece. Ta coberto de razão, quem teve essa percepção. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">O dia foi de muito papo,
muito café e biscoito rolando pela casa. Ali era o centro de decisão.
Percebi
logo. Não adiantava pensar em visitar pessoas pela cidade, pois ali era o
centro de todas as decisões municipais e regionais. E nada se faz sem a
moeda
de troca. Tem um santo que entende bem desse negócio – é dando que se
recebe. E o movimento começa a diminuir, quando todos começam a se
dirigir a pé
para o prédio onde funcionava o cinema. Era um tipo de teatro, grande,
bonito,
com uma arquitetura que denotava os traços de um grande
engenheiro-arquiteto
naquelas colunas. Sentei-me na primeira fila e lá começaram os
discursos. E
bota discurso nisso. Cada um falava como se fosse o principal orador do
evento.
Eu apenas observava e o sono batia cada vez mais forte. Eu me esforçava
para
agüentar e sobreviver àquele falatório, mas o cansaço foi mais forte.
Viajamos
o dia todo de Belo Horizonte até aquela cidade e não havia um centímetro
de
asfalto que pudesse amenizar os solavancos do carro, dirigido pelo
Paulão. E eu
dormi e dormi muito. Não sei nem se meu pai chegou a falar, nem quanto
tempo
aquele falatório durou, pois deitei-me nos braços de orfeu
e me entreguei de forma explícita. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Num certo momento da
noite, acordei. Estava tudo escuro. Não conseguia associar o tal do
cinema com
o lugar onde eu me encontrava. Naquela época os pais carregavam a gente
quando
dormia e acordávamos em lugar nunca dantes imaginado. Mas não era bem o
meu
caso. <span class="il">ESQUECERAM</span> DE <span class="il">MIM</span>,
literalmente. Não havia uma viva alma no cinema e
estava tudo escuro. Não cheguei a entrar em pânico, ainda bem, mas
procurei uma
lógica de saída. Segui rumo à parte superior das cadeiras e vi uma porta
encostada. Ainda bem, o segurança não era de confiança. As ruas da
cidade eram
iluminadas por umas lâmpadas que não conseguiam nem mesmo se iluminar.
Era uma
brasinha apenas. Mas dava pra distinguir que ali havia um poste. Ouvi um
barulho distante, parecendo uma aglomeração, vozes, e até foguetes. Pra
quem está
perdido, qualquer terra a vista é tudo o que se deseja. Segui para a
direção do
barulho e era uma grande concentração de pessoas – o chamado comício.
Tinha música, discursos, foguetório a vontade. Uma
festa. E eu lá, sozinho, sem pai nem mãe. Vi que havia um palanque, onde
ficavam as pessoas importantes. E, observando melhor, lá estava meu pai,
alegre, sorridente, cumprimentando a todos, demonstrando felicidade
total. Com
muito custo, consegui chegar até o tal palanque. Ali, um segurança,
desses
chatos mesmo, impediu a minha subida à corte. E agora, já fui esquecido e
agora
barrado. Preciso de nova chance. Mas menino está pronto pra qualquer
coisa. Foi
quando decidi escalar o palanque e atingi o piso dos felizes. Lá em
baixo
estavam aqueles que sempre estarão lá em baixo. Dão quorum e aplaudem
sempre.
Também são felizes, será? Meu pai era o orador da hora. Eu achava aquilo
muito
importante. Como uma pessoa consegue falar tanta coisa sem estar lendo.
Como
consegue armazenar tudo na cabeça e dizer direitinho para todo mundo
ouvir. É, bons tempos de criança. Neste momento, meu pai
perceber a
minha presença. Senti-me aliviado, pois eu ainda imaginava que teria que
dormir
em algum lugar e, mais um esquecimento, gréu. Olha
pra <span class="il">mim</span> e lembra que havia me esquecido no
cinema. Sorri e me dá um abraço e
continua a sua fala. Já não me preocupava mais com o que ele falava, nem
de
onde vinham aquelas palavras, pois eu agora estava seguro, nos braços de
meu
pai distraído. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">CLÁUDIO ANTÔNIO DE ALMEIDA
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">SETEMBRO DE 2012.</span></span></div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-91486538766372527842012-09-10T08:33:00.000-07:002012-09-10T08:33:21.993-07:00Discurso proferido por Cláudio Antônio de Almeida durante Seminário em Januária<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE
MANOEL JOSÉ DE
ALMEIDA</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">COMEMORADO NA CIDADE DE
JANUÁRIA-MG – EM 8/9/2012.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">TUDO COMEÇOU AQUI,
EXATAMENTE AQUI NESTA CIDADE BARRANQUEIRA. AQUI NASCEU O MENINO MANOEL JOSÉ
DE ALMEIDA, MEU PAI, TAMBÉM
CHAMADO, CARINHOSAMENTE, DE NEZINHO. AQUI APRENDEU A NADAR E ATRAVESSAR A
IMENSIDÃO DO RIO SÃO FRANCISCO, AQUI APRENDEU COM SEU PAI, JOSÉ ANTÔNIO
DE
ALMEIDA, SUAS PRIMEIRAS PROFISSÕES – COMÉRCIANTE, MÚSICO, SAPATEIRO E
ALFAIATE. TAMBÉM AQUI JÁ PRATICAVA OS PRIMEIROS ACORDES NA FLAUTA E NO
BANDOLIM. SUA MÃE, RITA DIAS
ORTIGA ALMEIDA, MULHER CORÁGEM, JÁ PERCEBIA NAQUELE GAROTO, UM DESEJO DE
BUSCAR
NOVAS PLAGAS E CONQUISTAR O MUNDO. A FAMÍLIA MUDA PARA SÃO FRANCISCO,
ONDE, SEU
PAI SOFRE UMA VIOLENTA PERSEGUIÇÃO POLÍTICA, LEVANDO-O A FUGIR PARA A
REGIÃO DO
URUCUIA.<span> </span>APESAR DE SER MANOEL APENAS UM
ADOLESCENTE, ASSUMIU A RESPONSABILIDADE DE LEVAR TODA A FAMÍLIA PARA A
CIDADE
DE DIAMANTINA, POIS SEU PAI VOLTARA E RECEBERA UM CONVITE PARA TOCAR NA
BANDA
DE MÚSICA DA CIDADE. E PARA LÁ, SEGUIRAM TODOS. <span> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">MAS O DESTINO CRIOU PARA
AQUELA CRIANÇA, DESAFIOS DE UM JOVEM ARRIMO DE FAMÍLIA. ASSIM, MANOEL
INGRESSA
NO BATALHÃO DA POLÍCIA MILITAR DA CIDADE. UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO O
LEVA <span>A BELO</span> HORIZONTE, ONDE, NAQUELE MOMENTO ERAM
RECRUTADOS TODO
TIPO DE PESSOA PARA LUTAR NA REVOLUÇÃO DE 1930, NA DIVISA DE MINAS COM A
BAHIA.
ALI FOI APRENDENDO A SER HOMEM E ENFRENTAR OS DESAFIOS QUE A VIDA LHE
IMPUNHA A
CADA DIA. EM 1932, LÁ ESTAVA ELE NO ESTADO DE SÃO PAULO
NUMA
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA, AINDA MENOR <span>IMPÚBERE .</span> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">A ESCOLA DA VIDA FOI LHE
DANDO OS INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS À SUA SOBREVIVÊNCIA E A DE SEUS
FAMILIARES. DECIDIU
LEVAR TODOS, PAIS E IRMÃOS, PARA BELO HORIZONTE E LA ORIENTOU-OS
NOS ESTUDOS
E NOS <span>PRIMEIROS PASSOS</span> PARA A VIDA. E A POLÍCIA MILITAR
PROPORCIONOU-LHE ESSE APRENDIZADO. E FOI EXATAMENTE ALI QUE COMEÇOU A
PERCEBER
AS DISTORÇÕES DA SOCIEDADE, A MENDICÂNCIA, A POBREZA, AS DROGAS, O
FURTO, O
MENOR ABANDONADO NAS RUAS. NAQUELA PERCEPÇÃO, LÁ SEGUIA MANOEL DE
ALMEIDA A
COMEÇAR A RABISCAR AS PRIMEIRAS LINHAS DO DESTINO QUE FARIA COM QUE SUA
VIDA FOSSE
COMPLETAMENTE TRANSFORMADA. ESTAVA MATURANDO ALI UM GRANDE EDUCADOR. UMA
NOVA
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO O LEVAVA A ENTENDER QUE, PARA CORRIGIR AQUELA
SITUAÇÃO
MISTER SE TORNARIA MUDAR O LEMA MILITAR “VIGIAR E REPRIMIR” POR
“EDUCAR E ASSISTIR”. ESTA SERIA A DIRETRIZ BÁSICA PARA UM MUNDO
MELHOR. E ASSIM, NASCEU DENTRO DAQUELA INSTITUIÇÃO RÍGIDA, QUE ERA A
POLÍCIA
MILITAR, AS ESCOLAS “CAIO MARTINS”, QUE VIRIAM TRANSFORMAR AQUELES
MENINOS DESAJUSTADOS EM VERDADEIROS
HOMENS DE BEM. A CONCEPÇÃO DE
“LAR” ERA A MATRIZ QUE TRANSFORMARIA O INDIVÍDUO EM UM
NOVO SER HUMANO,
POIS, COMO ELE DIZIA: “A CRIANÇA É PAI DO HOMEM”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">E <span>AQUELE
PREDESTINADO MENINO ESCOTEIRO, CAIO</span> MARTINS, CÉLEBRE, AO DIZER
MORIBUNDO, NUM ACIDENTE FERROVIÁRIO, QUE “O ESCOTEIRO CAMINHA COM AS
PRÓPRIAS PERNAS”, IRIA DAR O NOME A UMA INSTITUIÇÃO QUE TIRARIA DAS RUAS
MAIS DE CINQUENTA MIL CRIANÇAS E AS DEVOLVERIA À SOCIEDADE, CIDADÃOS DE
BEM,
RESULTADO DA AFETIVIDADE, BASE DE TODA A FILOSOFIA IMPLANTADA.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">DE ESMERALDAS PARTIRAM
OITO
MENINOS DE 12 A
16 ANOS PARA CRIAR UMA ESCOLA DE MENORES EM PIRAPORA
(BURITIZEIROS),
1952. EM 1953, MANOEL DE ALMEIDA RETORNA, AGORA COMO EDUCADOR, À DIVISA
DE
MINAS COM A BAHIA, NA CIDADE DE CARINHANHA, PARA LEVAR EDUCAÇÃO ÀQUELAS
CRIANÇAS DESASSISTIDAS DA REGIÃO. ERAM VERDADEIROS BANDEIRANTES SE
EMBRENHANDO
PELAS MATAS DE MINAS GERAIS, ESTENDENDO UMA MÃO DE CARINHO. SURGIA LOGO
APÓS
UMA ESCOLA DE JOVENS PARA JOVENS – NÚCLEO COLONIAL DO VALE DO CARINHANHA
- JUVENILIA. O RESULTADO PARECIA UM MILAGRE. ERA CRESCENTE O DESEJO DE
VÁRIAS
REGIÕES TEREM EM SEU MUNICÍPIO UMA IDÉIA MATERIALIZADA,
VOLTADA
PARA A FORMAÇÃO DE JOVENS LÍDERES RURAIS. DAÍ<span>, SURGIRAM</span>,
EM SÃO FRANCISCO E
SUA TERRA, JANUÁRIA, OS CENTROS DE TREINAMENTO, EM 1957.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">MAS A IDÉIA NECESSITAVA
NÃO SOMENTE DE UM SUPORTE TÉCNICO E HUMANO, MAS TAMBÉM FINANCEIRO, PARA A
SUA
SOBREVIVÊNCIA. RAZÃO QUE LEVOU MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA ÁS
CAMARAS ESTADUAL E FEDERAL. ALI, DISPUNHA DOS INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS À
MANUTENÇÃO DAQUELA OBRA, BEM COMO DISSEMINAR PELO BRASIL A NECESSIDADE
DE SE
DAR UM TRATO ESPECIAL À RECUPERAÇÃO DO MENOR CARENTE. NO CONGRESSO
NACIONAL,
RELATOU NA CPI DO MENOR UM PROJETO EM NÍVEL NACIONAL RETRATANDO
A REALIDADE BRASILEIRA DO MENOR. É DELE TAMBÉM O PROJETO DE
DIRETRIZES
E BASE DE EDUCAÇÃO NO BRASIL, ALÉM DE PROJETO SOBRE A REFORMA AGRÁRIA NO
PAÍS.
PORÉM, O MAIS IMPORTANTE PARA ESSA REGIÃO SOFRIDA E MUITO CONHECIDA POR
ELE, É
DE SUA AUTORIA O PROJETO QUE INCORPOROU ÁREA SIGNIFICATIVA DO ESTADO DE
MINAS À
REGIÃO DO POLÍGONO DAS SECAS, OBTENDO RECURSOS DA SUDENE, QUE HOJE OBTÉM
A RESPOSTA
PRODUTIVA DESTA REGIÃO, QUE HÁ TANTOS ANOS RECLAMAVA POR UMA MAIOR
ATENÇÃO GOVERNAMENTAL.
</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">MANOEL JOSÉ DE
ALMEIDA<span>, SAIU</span> DAQUI MENINO, CONHECENDO DE PERTO O
SOFRIMENTO DO
BARRANQUEIRO, SUAS CARÊNCIAS E SUAS NECESSIDADES, MAS TAMBÉM SUAS
POTENCIALIDADES. COM TODA A CERTEZA, JAMAIS ESQUECEU SUAS ORÍGENS, SUAS
RAÍZES
HUMILDES, O QUE O MOVEU A DAR UMA VIDA EM PROL DESTA
REGIÃO
E DE SEU POVO. E, PARA ISSO, SEMPRE CONTOU COM A COLABORAÇÃO
EFETIVA DE SUA INCANSAVEL COMPANHEIRA, MÁRCIA DE SOUZA
ALMEIDA, QUE ATÉ HOJE REPRESENTA UMA IDÉIA VIVA DO QUE MANOEL DE ALMEIDA
SEMEOU
E COLHEU. <span> </span><span> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">CLÁUDIO ANTÔNIO DE
ALMEIDA</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Januária</span></span></span>,
8 de setembro de <span>2012</span></div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-56705563203128128232012-09-05T13:56:00.000-07:002012-09-05T13:56:26.760-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-VVt4ynIX_kU/UEe8cuNa8AI/AAAAAAAAAMY/InvX7bP7Sss/s1600/Convite+Assembleia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="http://3.bp.blogspot.com/-VVt4ynIX_kU/UEe8cuNa8AI/AAAAAAAAAMY/InvX7bP7Sss/s320/Convite+Assembleia.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-59224410646258805982012-08-24T10:00:00.001-07:002012-08-24T10:20:56.017-07:00Homenagem de José Ortiga´<br />
<div>
Um oficial da PMMG, ex-aluno das Escolas "Caio Martins", solicitou
um
pequeno texto para as comemorações do centenário do Manoel Almeida,
acredita ser
para um livro.</div>
<div>
CORONEL MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA, meu primo-irmão.</div>
<div>
Sim, no entanto, para juntar-me a outros. E fazer um pouco de
história de
um tempo em que tantos ainda prometiam nascer.</div>
<div>
Juntar-me a amigos de momentos e circunstâncias diferentes.
Refiro-me
àqueles que conviveram com o cidadão: policial-miliatr e educador, que
também
foi político -deputado estadual e federal reeleito, várias vezes. Com
merecimento.</div>
<div>
Muito moço, ingressou na Força Pública (Polícia Militar). Logo
experimentou
as agruras decorrentes da realidade político-social dos anos 20, dele e
da
época. Inclusive na "linha de frente". Exatamente.</div>
<div>
Já pensavam os políticos, líderes, e os comandantes, convergirem a
atenção
para a sua Força Pública. Buscaram dotá-la de um nível profissional
condizente à sua verdadeira destinação social.</div>
<div>
Daí veio surgindo o Departamento de Instrução, a nossa atual
Academia -
1934.</div>
<div>
Ainda criança, conheci o primo quando, em férias, esteve em São
Francisco,
minha terra, vizinha de sua Januária, ambas à beira do "Santo Rio".
Acompanhava-o sua irmã, futura professora Maria Isabel.</div>
<div>
Manoel preocupou-se com tudo e com todos. Levou-nos, meu irmão
Heráclito e
eu para estudar em Diamantina - comunidade altamente civilizada -sede do
seu
tradiciolnal Batalhão. </div>
<div>
Nossa convivência teve continuidade. Estava ele no curso de
Formação de
Oficiais, integrado por alunos de boa cultura. Manoel foi o primeiro da
primeira
Turma-1936.</div>
<div>
Residimos mo bairro Carlos Prates. Nessa época exigia de mim e do
seu irmão
João lêsemos uma obra de autores brasileiros, principalmente, no espaço
de cada
semana. </div>
<div>
Ainda vacilante, tive dele um conselho definitivo: ingressar na
Força
Pública (Polícia Militar). Tammbém assim o fez em realação a outros
jovens
egressos da escola "Caio Martins"" e de nossa região natal.</div>
<div>
Manoel tinha vocação de educador, de modo latente e intenso.
Afortunadamente, casou-se com a jovem Preofessora Márcia de Souza, que
conheceu em Boa Esperança, sua terra.</div>
<div>
Revelou à Márcia o seu projeto. Ao assentimento e entusiasmo dela
somou-se
o apoio do Comandante Geral da Força Pública (PM), Coronel José Vargas
da
Silva.</div>
<div>
Assim também do Governador do Estado, Doutor Milton Campos.
Criou-se a
Granja-escola "Caio Martins", denominação inspirada no escoteiro, herói.</div>
<div>
Com a colaboração de oficiais e praças, imprimiu o casal inédito e
modelar
estilo de educação e formação profissional de adolescentes normais. Os
que não
tivessem pais, ou de pais distantes, ou de pais modestos,
financeiramente. </div>
<div>
Observamos: o mencionado estilo de educação e formação não "saiu de
moda".
Pelo contrário. Implntada em Esmeraldas, estendeu-se a outros rincões.
Foi
para as barrancas do São Francisco. o rio da unidade, de onde veio o
coronel
Almeida.</div>
<div>
Ocorre-me de haver realizado, com um colega. Primeiro Tenente José
Cândido,
a medição do entorno da Escola "Caio Martins".</div>
<div>
Mais tarde, contou a Escola, na distante Carinhanha (divisa da
Bahia), com
o trabalho devotado do velho Antonio Ortiga, tio do Manoel. Hoje é
Fundação
"Caio Martins".</div>
<div>
Amboa na reserva (aposentados), encontramo-nos, Manoel e eu, numa
solenidade comemorativa na Academia de Polícia Militar, nosso antigo
Departamento de Instrução(DI). Coronel Braga Jr. era o comandante. Em
dado
momento achegando-se mais, sussurou ao meu ouvido:"Zé, nós não somos
primos. Nós
somos irmãos".</div>
<div>
Foi assim, muito mais ainda - o Coronel Manoel José de Almeida - o
que
anteviu tudo. O que a todos estendeu suas mãos generosas.</div>
<div>
CORONEL PMQO</div>
<div>
eX-COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR.</div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-69850049096339934202012-08-23T11:51:00.002-07:002012-08-23T11:51:36.382-07:00Quem foi Manoel José de Almeida para mim?<link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGIOALM%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGIOALM%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx" rel="themeData"></link><link href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CGIOALM%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml" rel="colorSchemeMapping"></link><!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">“- Um segundo pai espiritual,
pois o primeiro pai espiritual é Deus; eu me lembro demasiado, quando o avião
das Escolas Reunidas Caio Martins aparecia nos céus de Buritizeiro-MG, naquele
voo rasante, anunciando que a bordo estava o diretor geral das Caio Martins,
coronel e deputado Manoel José de Almeida. Então as crianças, inclusive eu que
o chamava "Meu Padrinho" e assim ficou até hoje, gritávamos: "é
o coronel, é o coronel, é o coronel." Era uma música em coro, uníssono.
Ali vinha nos céus de Minas o nosso segundo pai espiritual, muito mais do que
um pai carnal. Uma meia hora após, eis que surgia no carro da Caio Martins
Manoel de Almeida, Coronel Astolfo, um outro coronel um tanto albino, cujo nome
não me recordo, momento em que as crianças corriam ao lado do carro e outros
atrás, sempre gritando "é o coronel! - Abria-se a porta e do veículo o
nosso pai espritual descia, já com dois filetes de lágrimas nos olhos e as
crianças o tocavam, em afagos amáveis, sentiam-se seguras por ali estar o
protetor delas. Manoel José de Almeida foi um espírito encarnado que se
sobrepos ao seu tempo, ou seja excedeu em bondade o quilate deferido por outros
naqueles dias. Hoje, está na corte de anjos do nosso pai celestial: hoje ele
reencarna as palavras do saudoso Guimarães Rosa: "As pessoas nunca morrem,
ficam encantadas." Manoel José de Almeida, ainda que ocupara diversos
cargos e a adversidade da vida até o empurrou para as guerras, foi aquele homem
descrito por Ernesto Che Guevarra: "Hay que endurecerse, pero sin perder la
ternura jamás."<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Ele está encantado no coração dos
verdadeiros caiomartinianos, aqueles caiomartinianos idelistas que jamais
negarão a sua origem e a história verdadeiramente vivida. Para mim ele viverá
eternamente. É isto que ele é para mim e meus olhos já se lacrimejam”. Walter
Santos.<o:p></o:p></span></b></div>
<table border="0" cellpadding="0" class="MsoNormalTable">
<tbody>
<tr>
<td style="padding: 0cm;"></td>
<td style="padding: 0cm;"></td>
<td style="padding: 0cm;"></td>
<td style="padding: 0cm;"></td>
<td style="padding: 0cm;"></td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>21 de agosto de 2012.<o:p></o:p></b></div>
Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-26804078209553342532012-04-12T07:16:00.002-07:002012-04-12T07:16:40.285-07:00Cláudio Antônio de Almeida comenta:<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">A FORÇA DE UM
BLOG</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Há alguns dias,
fiz um texto intitulado “Jogo de Damas”. Pois não é que a minha história
mexeu com algumas pessoas? Recebi de presente, três JOGOS DE DAMA. Acho
que <span> </span>se condoeram da minha frustração e decidiram <span> </span>presentear-me.
Mas tudo aquilo foi apenas um momento de vida, onde aprendi a ver o
mundo com um olhar maior. E nisso, tive meu pai, MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA,
como mestre. Valeu. Cláudio A. Almeida. </span></div>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-15647205772655141822012-04-04T11:35:00.002-07:002012-04-04T11:35:37.417-07:00Discurso proferido por MÁRCIA DE SOUSA ALMEIDA no evento de abertura do Centenário de Manoel José de Almeida<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">CAIO MARTINS, 30 DE MARÇO DE 2012</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Discurso proferido pela Viúva <b>MÁRCIA DE SOUSA ALMEIDA</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Estamos aqui reunidos para dar início ao conjunto de eventos que comemoram, em 23 de setembro deste ano, o <b>CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA.</b> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Muitos
fatos relevantes poderiam ser relatados, considerada a longa e profícua
existência, com ele convivendo, como esposa e companheira das lutas que
enalteceriam seu inegável valor humanista, pelo conjunto de sua obra e
que a sociedade reputa como dignificante. Teria certamente que dar aqui
um longo depoimento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Já
tive a oportunidade de fazer esse depoimento, como Educadora, quando
tomei a complexa empreitada de escrever um livro biográfico versando
sobre nossas vidas e, acreditem, à época, já estava com 87 anos, quando
publiquei o livro <b>SEMEANDO E COLHENDO</b>, em Belo Horizonte, em
2005, divulgado em vários lançamentos, tornando-se leitura
imprescindível de toda a família “caiomartiniana” e de amigos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Hoje,
aos 94 anos, careço de forças físicas para me permitir estender
adiante, visto minhas condições de saúde, tanto que estou me permitindo
ler este texto, quando quem me conhece, sabe que sempre preferi o
improviso emocionado, e que me permite olhar nos olhos dos presentes,
claro, quando não ficam emocionados.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Penso, diletos amigos, alunos, chefes de lares, professores, diretores, funcionários, que <b>MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA,</b> foi sobretudo um inventor de idéias, de diferenciados e modernos processos pedagógicos e civilizatórios. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Hoje
é moderno falar em holismo, integração interdisciplinar e mesmo
transdisciplinar na educação, desenvolvimento auto sustentável, direitos
de cidadania, inclusão étnica,<span> </span>cultural e de gêneros, além da globalização da comunicação que torna todas as pessoas<span> </span>um só corpo orgânico.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Todavia, com toda a simplicidade que o Evangelho de Jesus e seus seguidores nos ensinaram, fez <b>MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA</b> acontecer aqui, inovações bem antes disso tudo acontecer, porque viveu fora de seu tempo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Pois
bem, continua sendo uma concepção moderna a construção de uma escola
sem fronteiras físicas, que rompe o isolamento institucional, abrindo-se
para o mundo, como o fez desde o primeiro momento em que se criou a
Granja Escola Caio Martins, numa forma simples, integrando num único
corpo, Lar, Escola, Comunidade, Trabalho Produtivo, a Vida lá fora e
aqui dentro. Pois esta Escola não se restringia aos bancos escolares,
mas acontecia nas Oficinas de Artes e Ofícios, nos Canteiros, no Culto
Religioso, na Música.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Na
vivência dentro das Casas-Lares, dotadas de vida, absolutamente normal e
ambiente natural, onde pais e mães e seus filhos biológicos acolhiam
outros filhos e irmãos reais e essas crianças, ainda que não adotadas
formalmente, conviviam legitimadas na amorosidade reinante, tanto
meninos como meninas, um grande avanço, pois as escolas à época,
discriminavam o gênero por fileiras de bancos separados, ou eram as
escolas exclusivamente masculinas ou femininas. Na verdade, uma grande
família comunitária, onde todos reconheciam que nossos próprios filhos,
netos e bisnetos, sempre fizeram e ainda dela fazem parte. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Na música que embalou os sonhos de <b>CAIO MARTINS</b>
que se reunia em torno do Coro Orfeônico “Catulo da Paixão Cearense”,
cantando as brejeiras e melodiosas modinhas mineiras e nordestinas;
levando a música de Villa-Lobos e o folclore; os versos poéticos de Saul
Martins, e outros compositores das regiões de procedência das crianças,
valorizando o trabalho do homem do campo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">No
convívio diário com a natureza, na criação de animais, no plantio dos
alimentos produzidos por eles mesmos, na edificação das casas-lares e na
fabricação de móveis e artefatos construídos pelos próprios alunos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Nas
verdadeiras cartilhas de vida, que fazem parte das mais profundas e
melhores reminiscências dos professores, que se formaram, profissionais
liberais aqui iniciados; os especialistas em agropecuária, pois era isso
o que fazíamos no início da Obra.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>No
caminhar como escoteiros, líderes cantavam o Rataplan, seguindo “a
passos firmes e na trilha do dever”, como nos ensinou em seu lema de
autonomia e determinação do “<b>CAMINHAR COM AS PRÓPRIAS PERNAS”, o menino-herói CAIO VIANA MARTINS. </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>No
cavalgar nos animais, no deslocar em jardineiras, caminhões, nos
tratores agrícolas e de esteira, fazedores de estradas pioneiras. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>No
viajar, no Anjo Verde, que sobrevoava céus nem sempre de brigadeiro,
por entre nuvens e montanhas das alterosas de Minas Gerais, que jamais
esqueceremos e, mesmo depois, quando estendemos até à Granja das
Oliveiras, em Brasília-DF, onde a Caio Martins marcou sua presença no
Planalto Central e na Capital, exemplo de arrojo e determinação do
Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Nos
barcos que singravam o Paraopeba, o São Francisco, o Carinhanha, o
Coxá, o Urucuia, o Jequitinhonha, nos distantes núcleos e centros que
levaram civilização e serviços beneméritos aos desassistidos chapadões
de bugres, grotões, grandes sertões – veredas e buritis perdidos de
Guimarães Rosa e Mário Palmério. Foi como assistir a uma bela revoada de
sabiás, bicudos, curiós e araras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Bem
antes de a Internet ligar os lares e mentes, falavam pela rádio
morse-telegrafia, pelo rádio amador, quando não pela linguagem de
bandeiras do escoteiro. Tudo muito moderno e atualizado, numa
antecipação do que seria o futuro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>E
tudo a partir da aceitação de um modelo de amparo à criança desvalida,a
partir da Polícia Militar de Minas Gerais, à época, comandada pelo
saudoso Coronel José Vargas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Eunice
Weaver, Alaíde Lisboa, Afro Amaral Fontoura, Malba Taham, Oswaldo
Sangiorgi, Áurea Nardelli, Marta Nair Monteiro e companheiros do
magistério mineiro, escritores e educadores e, especialmente, Helena
Antipoff, aplaudiram o primado da simplicidade sobre o hermetismo
clássico da escola concebida pelos educadores europeus e americanos.<span> </span>E
num trabalho célebre da maravilhosa educadora russa que assim,
sintetizou: “eu tenho visto muitas experiências educacionais pelo mundo
todo... mas me curvo diante de uma Escola criada por um militar, cuidada
por militares e suas famílias e, de todas elas, a menos militarizada em
processos disciplinares e educativos...pois singelos, espontâneos e
libertários”.<span> </span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">E
mais o reconhecer que a beleza de toda a construção está na estética da
simplicidade, do despojamento, da amorosidade incondicionada, pois a
criança quer ser amada, a criança não tão somente precisa aprender, mas
viver feliz. Esta criança é o centro de tudo. Como o queria <b>MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA,</b>
o Educador, o Militar e o Político, que se direcionou pelo
desenvolvimento da educação e que, além de exercer a Relatoria da
Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara Federal, que analisou o
problema do menor no Brasil, postulou o Projeto Dom Bosco e o modelo de
uma verdadeira Universidade da Criança, onde a criança seria o objeto de
trabalho, o pilar de edificação voltada para abrigar um mundo mais
fraterno.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Numa
sociedade na qual se previne a insegurança com educação fundamentada,
universalista e pluralista, não há porque buscar remediar o delito
cometido por quem não teve chances dessa inclusão com a alternativa de
encaminhamento a um mundo nebuloso.<span> </span>Como aquele a que se destinou o temido ZÉ MUNIZ e que a sociedade recria a todo instante. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">
estava preocupado com a falta de alternativa com aquele garoto que
furtou para conseguir o remédio salvador, de que precisava sua mãe e que
chegara muito tarde, gerando-se então o cidadão vingativo e cruel que a
sociedade deveria evitar para depois não reprimir tardiamente. </span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Por
isso, ao acatar uma missão para dar solução viável a uma fazenda da
Polícia Militar, de criação de cavalos, chegou aos seus Comandantes e ao
Governador Milton Campos, sugerindo sua utilização na assistência e
educação <span> </span>de crianças desvalidas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Tomados
de surpresa pela proposta, seus superiores pediram um Plano Básico, que
foi feito com a singeleza de toda obra de arte e que veio a se
transformar numa instituição exemplar que recebeu visitas de Presidentes
da República, Governadores e Autoridades, que reconheceriam e honrariam
seu incontestável mérito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"> </span>Por isso, lembrar de <b>MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA,</b>
nos seus 100 anos de nascimento, é falar por absoluto do presente que
se deve produzir a cada instante, pois o futuro apenas depende disso,
pois como ele costumava repetir, a “<b>CRIANÇA É O PAI DO HOMEM”. </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Obrigada
a todos que aqui compareceram e cultuaram seu nome e sua vida, eivada
de profundos significados para todos nós. Autoridades, ex-alunos que
vieram de tão longe e tantos amigos e familiares que nunca se afastaram
de nós e que lamento não ter condições de nominar a todos.<span> </span>Um
abraço especial a meus filhos, netos e bisnetos, que sempre me deram
todo apoio ao longo de minha vida e durante o período em que Presidi a <b>FUNDAÇÃO CAIO MARTINS</b>
e, principalmente, durante sua infância repartida, pois meus filhos
tiraram do tempo e do espaço de si próprios e ao fazerem com<span> </span>inegável
despojamento consignaram amorosidade aos nossos outros também amados
filhos que para aqui acorreram vindos de todas as regiões do Estado e do
País. E disso resultou poderem angariar todo o crédito e das boas
sementes quando plantadas, viabilizam alvissareiras colheitas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA </span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">está
entre nós. E eu o sinto de forma profunda e consciente, pelo seu
pensamento, inteligente, magnetismo, criatividade, determinação, leveza e
doçura, em que pese militar - era um homem que gostava de tocar
bandolim e flauta doce, sua nobreza de caráter, disciplina, honradez,
probidade, lealdade aos seus elevados princípios e por ser profundamente
espiritualista e crente no Criador que nos mostra a luz e o caminho a
ser seguido, quando adentramos na seara de cada um de nós, de redenção e
serviço aos mais aflitos e aos desvalidos de toda sorte.</span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;">Que Deus abençoe ao MANOEL por tudo que foi e é e, nos Abençoe a Todos, com a mesma luminosidade.</span></b></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Caio Martins, 30 de Março de 2012</span></div>
<b><span style="font-family: Calibri; font-size: 12pt; line-height: 115%;">MÁRCIA DE SOUSA ALMEIDA</span></b>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-18103210539421983922012-04-04T11:24:00.001-07:002012-04-04T11:24:22.203-07:00Manoel de Almeida, segundo Coronel Filocre<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-DYqn2H_9CSs/T3yRkup9CyI/AAAAAAAAAJw/L9XEAX6yZP8/s1600/Manoel++de+Almeida,+segundo+cel+Filocre+002.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-DYqn2H_9CSs/T3yRkup9CyI/AAAAAAAAAJw/L9XEAX6yZP8/s320/Manoel++de+Almeida,+segundo+cel+Filocre+002.JPG" width="231" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-12119271081446756482012-04-04T10:10:00.000-07:002012-04-04T10:10:47.456-07:00Depoimento de Cláudio Antônio de Almeida<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Pediram-me
para escrever alguma coisa no Blog do Centenário de Nascimento de meu
pai, MANOEL DE ALMEIDA, mas constato agora, não ter entendido exatamente
o espírito da coisa. Também foi a primeira vez que li e escrevi para um
Blog. Acho que extrapolei. Pelo que vejo, o Blog tem que ser mais
enxuto. Esse vai ser o último e, se possível, vou tentar ser bastante
sintético, grande esforço, mas vou continuar escrevendo, pra mim mesmo,
algumas coisas que guardei nesses meus já longos anos de vida e que
chegou a hora de colocar pra fora. <span> </span>Vamos lá, esse é o</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">FELIZ ANIVERSÁRIO.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Fazer
aniversário, para homem ou para mulher, depois dos quarenta anos é uma
lástima. Dizem que, depois que entramos nos ENTA, a coisa pega. Só
acaba, quando chega nos NOVENTA e depois, vêm os cem anos, coisa que é
pra poucos e, pelo que tenho visto, não vale muita coisa, só para os
laboratórios de medicamentos geriátricos e fabricas de cadeiras de roda.
Mas, irremediavelmente, sempre chega o seu dia de aniversário e você
tem que agüentar os gracejos daquelas pessoas totalmente desprovidas de
senso de humor, mas que se sentem na obrigação de dar aqueles toques
desagradáveis, para que você tenha mais ódio dos anos que esta fazendo.
Ah, como um dia desejei fazer dezesseis anos para assistir o filme:
“Cavaleiros da Távola Redonda”. Puxa, Robert Taylor. Hoje, nem sei se
existe o DVD. Passava no cine Metrópole, em Belo Horizonte. Hoje deve
ser um espaço evangélico, como a maioria dos cinemas de lá. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">E
o aniversariante do dia era o meu pai, MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA. Sim, e
nem eram quarenta anos, mas SESSETA longos anos vividos. Para nós, de
uma geração sem pressa, era uma eternidade. Lembro-me dos meus avós,
como eram velhinhos. E quando vejo no verso das fotos deles, as
anotações de que tinham menos de sessenta anos, me assusto. Incrível,
mas é verdade. Eles eram velhos com quarenta anos. Meus tios me mandavam
tomar a benção deles. Que coisa terrível. A gente tinha que beijar
aquelas mãos, muitas vezes mal lavadas, mas em sinal de respeito. Mas
que respeito terrível. Meus sobrinhos sempre me chamaram de Cláudio e
meus filhos de você. Mas o senhor naquela época era imperativo,
impositivo e irritante. A gente não discutia uma ordem, bastava somente
um olhar e agente colocava o rabo entre as pernas e saia de fininho para
o quarto. Hoje se eu for dar uma olhada para um neto, ele talvez dê uma
piscada pra mim, pra retribuir o imaginado carinho. É, o tempo passou e
muito rapidamente. Um amigo uma vez disse que deu uns tapas no filho
porque ele estava no quintal e chovia. Gritou várias vezes para o menino
sair do quintal e o menino nada. Foi lá e deu uns tabefes no guri. E
este, meio sem entender nadica de nada, pergunta ao pai: o que é
quintal? <span> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Mas
o trauma do meu pai veio aos sessenta anos. O meu veio aos quarenta. E
bateu pesado demais. Não sei, passou tudo o que havia de pior,
impotência, incontinências diversas, insegurança, solidão, etc. Os
psicólogos é que faturam alto nesses momentos. Surgem teorias de todas
as formas e fica difícil adequar uma delas ao nosso perfil, mas tem que
se enquadrar, nem que seja por fórceps. Eu estava separado há pouco
tempo e imaginava, como todos os separados, que iria transar todas as
mulheres do mundo. Mal sabíamos que, o tempo em que ficamos fora do
mercado, a fila andou, e como andou, a passos muito largos, deixando-nos
muito para trás, não conseguindo mais entender a linguagem das pessoas,
os hábitos, os desejos, o jogo da paquera O mundo mudara, desde o meu
casamento, e olha que não fiquei casado por muito tempo. Nesse momento,
os amigos que não querem dar palpite, mas interferindo sempre, indicam
um psicólogo pra gente. E nunca mais conseguimos nos desligar dessa
turma. Quando Wood Alley dizia que fazia análise há 26 anos, eu achava
um absurdo. E a minha geração toda passou por ela. São quarenta anos de
psicanálise. Os entendidos, indicam pra gente começar devagarzinho, sem
precipitação, fazendo uma biodança, depois vem a psicodança. Aí
sofisticam e surge a análise transacional. É tudo de bom pra quem não
entende de nada e com certeza, vai sair de lá sabendo menos ainda. <span> </span>Vem
a análise individual, mas logo em seguida, somos promovidos a uma
análise de grupo. Lá conhecemos gente que está muito pior do que você e
se diz de bem com a vida. Quase todos são separados e os que não o são,
dificilmente saem dali casados. Aí vem seu terapeuta e indica um
acupunturista, uma massagista dos pés ou um curso especial, desses que
prometem tudo, transformar sua vida, enxergar-se por fora e,
principalmente, mexer no seu ego e até no super-ego. Acho que nada
melhor do que um decorador para isso, arrumar os interiores de minha
vida. Mas muitos teimam em manter um psicólogo de plantão. Um dia vão
acabar no Tibet e não conseguirão resolver seus próprios problemas.
Quando vi na China um monge budista teclando um computador, pensei. –
faliram todos os valores espirituais budistas. E tomara que minha
psicóloga não leia isso. O homem e suas circunstâncias. Mas isso foi que
gerou a expectativa em atingir os quarenta anos. Agora, imagino os
sessenta anos de meu pai, que tormento terrível ele viveu. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Eu
o via cabisbaixo, triste mesmo. E perguntei-lhe o que era. E ele
falou-me como numa confidência que se faz na hora da morte e pra não
contar pra ninguém: Amanhã faço 60 anos. A boca dele ficou tão cheia de
anos que achei que era muito mais. Puxa, já pensou, mais de meio século.
Antigamente os séculos demoravam muito mais do que os séculos de hoje.
Outro dia era século vinte, agora já não é. O filho de meu sobrinho, de
sete anos, de forma gostosa, perguntou-me se eu nasci no século passado.
Revoltante, mas a gente vai se adaptando à ironia dessa geração. E olha
que nossos filhos já passaram batidos. Os advirto, curta mesmo, passa
rápido pra caramba. Você não vê o tempo passar. Nada pior do que já ver
os netos, aí, impunemente, sem que você possa fazer nada. E eles lhe
chamam de VOVÔ, em voz alta, perto das pessoas que a gente ainda imagina
receber um olhar. Que ódio, mas é o tempo, e como é fatídico.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Sim,
disse meu pai, amanhã faço sessenta anos. E lhe perguntei como sentia?
Aquelas perguntas idiotas, que todo jornalista faz, no futebol, na
novela, no teatro, na política, na vida. “Como você se sente com
sessenta anos”. Vontade dar-lhe exatamente aquela resposta, mas temos
que nos conter e dar aquela resposta hipocritamente, socialmente e
eticamente plausível. Mas ele respondeu como 95% das pessoas
responderiam. Bem, o tempo passou muito rápido. Disso temos certeza, mas
quem responde, está imbuído de valores derrotistas, violentados,
agredidos pela juventude que se renova a cada segundo e a gente tem a
certeza de que,<span> </span>daqui pra frente muitos ENTAS, já ficaram
para trás. É, dá vontade ajudar de alguma forma. Não existem
comprimidos, receitas que possam amainar esse estado de espírito,
nenhum, nem os psicólogos, talvez os psiquiatras com uma boa dosagem de
ansiolíticos e anti-depressivos. Só resta aquele tapinha nas costa, que
representam o consolo ao derrotado. É melhor mesmo ficar calado, e se
possível, para sempre, ao invés de dizer aquelas asneiras que só ouvimos
daquelas pessoas treinadas nos grupos de salvamento, para evitar o
desenlace fatal. Bonito, né?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Era
o dia 23 de setembro. Meu pai acorda cedo, pega a Rural Willys, o carro
da época, e vai para a fazenda, junto com seu amigo Pereirão, da cidade
de Unaí, onde sempre fazia campanha eleitoral para o Coronel, e que,
por estar aposentado, mudou-se para Brasília e fazia uns bicos no táxi. É
a maior violência, tirar o homem do meio rural e colocá-lo no trânsito
de qualquer Capital. Em troca do bem estar da família, muito estranho.
Nem dez anos de terapia dariam jeito. Mas na falta dos filhos que não
mais queriam acompanhar o sex, ou melhor, o sexagenário, MANOEL DE
ALMEIDA, nas infindáveis viagens de fins de semana, fugindo das mesmices
de Brasília, o velho Pereirão, sempre estava presente. Ele gostava
muito de meu pai e sabia dos gostos dele. Lembrava-me de uma véspera de
eleição em Unai, quando eu estava com ele percorrendo alguns Distritos,
tentando conseguir alguns votinhos, para os já minguados votos que
surgiam na cidade, após o poder econômico bater pesado na região. Quando
me lembro que os primeiros motores de luz, nas cidades de Unaí e
Paracatu, foram colocados por meu pai, além de escolas, pontes, balsas,
bolsas de estudo, etc. MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA, se elegia a base de muito
trabalho e sacrifício, e eu sou prova inconteste disso. Um dia em
Paracatu, estava passando o material de propaganda de meu pai às
pessoas, quando uma moça vê sua foto e diz: Minha mãe só vota nesse
homem. Que bom, disse eu, e você? Ela disse que votava no MDB, mas que a
mãe gostava muito dele, pois havia dado a ela, aquela ingrata, uma
bolsa de estudos, de sete anos. Coisas assim, desestimulam qualquer
político – a ingratidão. Uma vez perguntei a meu pai, o por que dele não
ter preparado nenhum filho para a política. E ele disse: A ingratidão,
meu filho, sofri muita ingratidão e discriminação, por ter uma origem
humilde. Não desejava isso para meus filhos. E continuei, por que então
não preparou nenhum filho para substituí-lo na obra “caiomartiniana”.
Ele parou, e com muita assertiva disse: ISSO É MISSÃO. Não é um desejo
ou vaidade <span> </span>de uma pessoa que o levaria a assumir um
trabalho desses. É uma missão e poucos estão direcionados para tal.
Eita, mas surgiu outra história dentro da história. Eu falava do
Pereirão e fazíamos campanha política na cidade de Unai. Pois bem,
quando chegou a noite, ele me levou para uma pensão para jantar. Era
simples demais, sou muito nojento e presenciava atos que me incomodavam
muito, principalmente na hora da jantar. Ele disse que iríamos dormir
lá, pois o povo gostava de ver a gente convivendo com eles e coisa e
tal. Hábitos de políticos demagogos. O banheiro era no fundo do corredor
e o vaso ficava acima de uma fossa, onde eram visíveis uns bichinhos
nadando naquela água imunda. Mas a causa era nobre e tinha que enfrentar
aqueles preconceitos urbanoides. Não havia televisão, assim, fomos
dormir logo em seguida. O travesseiro fedia, mas fedia demais. A roupa
de cama não devia ser lavada há meses e, o cobertor estava até duro de
sujeira. Tinha pernilongos atacando por todos os lado e, numa velocidade
e ruído que faziam qualquer um desejar o sol nascer. Eu não sabia se
colocava a cabeça debaixo do cobertor, onde o mal cheiro era
insuportável, ou se colocava para fora, a mercê daqueles malditos
insetos. Aquela noite deve ter demorado meses. O quarto tinha umas dez
camas. E os roncos eram de uma orquestra que começa a afinar seus
instrumentos, antes do concerto. E o bumbo era o mais potente de todos,
somados às flautas, sim, pois tinha assobios e falantes noturnos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Pois bem, lá se foi meu pai naquela empreitada de fuga de idade,<span> </span>juntamente
com o Pereirão. Mas com certeza o velho cabo-eleitoral iria mudar a
feição de meu pai, contando casos e mentiras para melhorar o estado de
espírito do velho guerreiro. Não era fácil, chegar impunemente aos
sessenta anos. Alguma coisa tinha que acontecer. Naquele dia eu me
preparava para ir a uma festa. Essa como outras tão desimportantes
quanto tantas que foram extremamente importantes em certos momentos
importantes de nossas vidas. É como aquele filme bom que você fica até
as quatro da manhã assistindo e no dia seguinte não consegue lembrar do
nome. Da festa eu não me lembro, mas a história dos sessenta anos do meu
pai, nunca saiu da minha cabeça. E eu passei por esses sessenta e
recordei muito aquela angústia paterna.. Felizmente, o meu trauma tinha
sido aos quarenta. Mas foi sem emoção. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Já
eram mais de 23:00 horas e eis que chegam, meu pai e o Pereirão, todos
molhados, sujos, mas imundos mesmo de lama. Tudo podia ter acontecido,
naquele desaniversário, mas que não fizesse tão mal assim ao meu pai. E
então ele relata, pausadamente. “Estávamos bem próximos da fazenda,
quando, de repente, sai de dentro da ponte, coberta de terra, num
daqueles buracos que se abrem provocados pela erosão da chuva, um
menino. Sim, um garoto. O carro vinha em velocidade razoável, quando a
criança coloca a cabeça para fora, fazendo com que o velho Pereirão, não
imaginasse outra alternativa, senão dar um golpe de direção para a
direita, na velha Rural, do Coronel Almeida. E vai o veículo para dentro
do riacho. O que aquele danado de garoto tava fazendo naquele lugar? <span> </span>O
carro caiu, meio de banda, com o lado direito, onde estava meu pai,
para dentro dágua. O outro lado não chegou a ser tomado pela água
barrenta, mas Pereirão, com a virada, caiu em cima do meu pai. Para se
levantar, no desespero, colocou o pé no rosto do meu pai para forçar a
saída da Rural. De cima da ponte, observava curioso o garoto, sem
imaginar que fora o responsável por aquilo tudo. Já de fora do veículo,
Pereirão puxa meu pai para cima e o traz até um barranco próximo à
ponte. Estavam encharcados, sujos e para dizer a verdade, muito
chateados, para não dizer exatamente a expressão que retrataria,
literalmente, todo o sentimento de raiva de ambos. Passando um carro em
direção a Brasília, pegam uma carona e deixam, malas e tudo mais dentro
da Rural. Fico imaginando o que se passou na cabeça de meu pai, naquelas
quase quatro horas de viagem de retorno, pensando no ocorrido e na
explicação a ser dada a toda a família. Mas o drama da figura dos dois,
tirava qualquer embalo de brincadeira ou sátira. Meu pai estava
derrotado, vencido mesmo, pelos sessenta anos e pela trágica fuga das
comemorações do anti-niver. Minha mãe logo preparou um café bem quente e
o levou para um banho mais quente ainda e lhe disse: FELIZ ANIVERSÁRIO.
Eu segui para minha festa, imaginando que muitas outras festas viriam,
como vieram, mas não marcaram como a presença da marca de uma botina no
rosto. </span></div>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-71275219638369420032012-04-04T09:13:00.000-07:002012-04-04T09:13:38.195-07:00Depoimento de Cláudio Antônio de Almeida<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b> PRAIA
DE CARAPEBUS</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A perda de um membro da família é sempre dolorosa,
principalmente, em se tratando de um cara tão legal. Sim, meu cunhado foi um
grande companheiro e amigo. Era até chamado de Jeremias. Ziraldo, uma vez
expondo seus desenhos em
Belo Horizonte, comentou comigo que o “Jeremias, o bom” era o
Paulão. Ele criou vários personagens, baseados no comportamento e caráter dos
seus companheiros de república em Belo Horizonte, quando fazia o curso de direito.
Todos sentiram muito. Meu pai me comentou uma vez, que lamentava muito, a
família não ter lutado mais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Diante desse ambiente, meu tio Astolfo, cunhado de meu pai,
casado com a irmã dele, e uma das pessoas mais leais a ele, ofereceu sua casa,
na Praia de Carapebus, no Espírito Santo, para a família passar as
férias. Meu pai estava muito abalado, pois acompanhou de perto,
juntamente de minha mãe e minha irmã, toda a situação da morte do Paulão e
considerou que o passeio à praia, seria uma boa terapia para toda a família.
Para acomodar toda a família, meu pai sempre manteve um carro grande. Uma
Kombi, ou uma Rural Willys. Se falar nesses nomes para a garotada de hoje,
seria objeto de jacota. A estrada era terrível, perigosa mesmo, passando por
Venda Nova, até chegar à divisa com o Estado capixaba. Meu tio havia nos
prevenido que teríamos que chegar cedo na vila de Carapebus, onde ficava sua
casa, pois teríamos que fazer uma faxina, pois há alguns meses, ninguém tinha
estado lá. Saímos assim, de madrugada de Brasília, passando rapidamente por
Belo Horizonte, apenas para pegar a chave da casa com o Tio Astolfo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Era uma Colônia de Férias da Polícia Militar de Minas
Gerais. Meu tio, como meu pai, era Coronel e, buscando reduzir um pouco o
complexo dos mineiros em não ter uma praia a tira-colo, construiu uma casa,
muito confortável naquela Colônia. Seis filhos era o suficientes para se fazer
uma boa limpeza. Antes, passamos, em Vitória, por um supermercado para suprir a
casa, pois iríamos encontrar a geladeira vazia e lá não existia nem uma
mercearia. À noite saímos para conhecer as instalações do Clube e acabamos
jantando no seu restaurante. O prédio tinha uma forma arredondada, parecendo a
cúpula da Casa Branca, nos “States”. Eram dois andares. A primeira vista, todos
estranham o tipo de construção, mas depois que ficamos sabendo que ali, era uma
tremenda jogativa, deu pra entender seus salões. Na época em que o jogo era
proibido no Brasil, durante o Governo Dutra, muitos foram os cassinos
clandestinos surgidos pelo interior do País. Havia ali perto, até um campo de
pouso, para aviões particulares. Mas tudo ficou na história e, com a proibição,
o jogo foi ficando cada vez mais difícil de se praticar no Brasil, e os
jogadores, mais pobres, foram para o Paraguai, e os mais abastados, para
Mônaco, Istoril, Lãs Vegas, etc.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No dia seguinte, antes das oito, quase todos já estavam de
pé. Meu pai já estava na varanda, como sempre, curtindo sua rede, e a brisa do
mar. A casa distava cerca de 150
metros da praia. Minha mãe, pra variar, já tinha deixado
o café da manhã colocado na mesa para os filhinhos. Todos marmanjos, a exceção
da Rita e do João. A praia era perigosa, mas tinha um lado, onde havia uma
península, local em que os velhos tomavam banho de “assento”, como diziam entre eles. A
água batia na canela, podendo adentrar ao mar, por vários metros, sem cobrir os
joelhos. Ali ficavam os amigos de meu pai. Todos coronéis. Era um papo
saudosista, que ia se repetindo até o último dia de férias. Minha mãe, já não
se sentia tão à vontade. Nunca a observei papeando com as esposas dos coronéis,
e assim, passava mais tempo em casa, fazendo almoço e lavando roupa, coisa que
ela jamais fazia, em
Belo Horizonte ou em Brasília. Não era chegada a ir a praia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A vida de todos era uma verdadeira maravilha. Já imaginou?
Passar o dia todo na praia, comendo peixe, camarão, etc. Em outras encarnações
eu devo ter nascido na praia, pois sou alucinado por mariscos, crustáceos em
geral e todo tipo de peixe. Pela manhãs saiamos cedo para participar do
arrastão. Eram dezenas de pescadores que, lá pelas três ou quatro horas da
manhã, jogavam as redes em alto mar em busca dos cardumes. La pelas sete ou
oito da manhã, começavam a puxar a rede. Nesse processo, todos nós praianos,
turistas, participávamos. Era uma farra gostosa. Mas no final das contas, os
pescadores pegavam os peixes e colocavam nos balaios, para a venda. Na rede,
vinha de tudo, peixe espada, baiacu, cavalo marinho, conchas, estrelas do mar,
etc. Os pescadores nem ai pra essa caça, mas nós nos deliciávamos com isso,
pois, nós mineirões, jamais tínhamos visto aquelas coisas. Sempre passava em
nossa casa, um senhor forte, negro, de cabelos brancos, oferecendo peixes para
o meu pai. Ele dizia que era ele quem pescava e contava aventuras em alto mar,
aqueles papos de pescador. Meu pai acreditava piamente e comprava o peixe, por
um preço muito salgado. Um dia fomos ao mercado central de Vitória, e nos
encontramos com o “pescador”, amigo do meu pai. Ali era o mar dele. Era grande
o esforço que fazia para retirar o peixe da água. Chamava-se João do Peixe. E
sobrava sempre para a minha mãe fazer o pescado de acordo com o gosto do meu
pai, que gostava de um tempero caprichado. Mas o predomínio de mineiros nas
praias do Espírito Santo, era um fato. O sotaque era o mineirês mesmo. Até o
governador à época do Estado, era mineiro, de Ubá. Assim, sentíamos em casa,
literalmente. À noite, saíamos com os amigos em direção à zona boêmia do
lugarejo. Era freqüentada, basicamente por marinheiros, com aquelas tatuagens
mal concebidas nos braços e no peito. Tatuagem naquela época era coisa de
marinheiro. Um amigo nosso pedia o carro do padre emprestado e ia pra lá
também. Mas o padre desconhecia esse itinerário, lógico. O carro
era um Fusca de Cor de Abóbora, conhecido em toda a região. Imagino o que
pensavam, quando viam o carro naquele ambiente. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas a nossa paz veio a ter uma ruptura desagradável.
Dormíamos, com as janelas abertas, e até mesmo as portas destrancadas. Era um
clima descontraído de praia, sob todos os aspectos. Sem preocupação nenhuma com
a violência do mundo urbano. Numa madruga meio chuvosa, uma quadrilha desligou
as luzes da Colônia e invadiu várias residências. Entraram em nossa casa e
levaram vários aparelhos de som e objetos. Eu tinha chegado há poucos
dias de Manaus, onde adquiri muitos aparelhos. Toca-fita, gravador, máquina
fotográfica, televisão portátil, enfim, uma quantidade de coisas que àquela
época não eram tão disponíveis nos mercados das Capitais. Levamos tudo para
praia de Carapebus. Limparam tudo. Teve um ladrão, cara de pau, que chegou a
entrar no quarto dos meus pais e tirar seu dinheiro no bolso da calça. Minha
mãe acordou, viu o indivíduo, mas fingiu dormir. Tão logo o meliante deixou o
quarto, acordou meu pai e disse-lhe o que havia presenciado. Meu pai
levantou-se rapidamente, e foi até o quarto onde me encontrava, juntamente com
os irmãos homens e falou sobre o assalto. Não tínhamos arma. Imagine, uma
Colônia de Férias da Policia Militar de Minas Gerais, sendo assaltada, por
ladrões capixabas, e nenhum dos coronéis tinha sequer uma pequena beretinha. Eu
e meus irmãos pegamos uns cascos de cerveja e saímos correndo pela estrada que
leva até o vilarejo, para ver se conseguia encontrar os ladrões. Mas não deu em nada. Foi chato, mas nas
outras residências, foi bem mais desagradável. Minhas irmãs não chegaram a ser
molestadas, mas soube que em outras residências, chegaram mesmo a ameaçar os
casais, as mulheres e até as crianças. Criou-se um ambiente muito desagradável,
o que levou os coronéis a se reunirem e procurarem o Governador do Estado e o
Secretário de Segurança. Era muita petulância, invadir um Clube Militar. Mas,
parece que vingaram a honra dos “vitorinos” diante da invasão mineira nas
praias capixabas. Algumas famílias retornaram para Belo Horizonte e outras
permaneceram, mas daí em diante, sob uma forte apreensão. Alguns filhos dos
militares, mais revoltados, chegaram a pegar suspeitos que perambulavam pela
praia, como bode-espiatórios, dando-lhes o chamado corretivo. Meu pai ficou
muito revoltado com esses métodos e do ambiente gerado, pois sabia que aqueles
raivosos, eram filhos de seus companheiros de farda. Assim, comunicou o fato ao
meu tio, e que diante das circunstâncias, voltaríamos para Brasília.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas nosso vínculo com Carapebus já estava destinado.
Caminhando e meditando pelas praias próximas à Colônia de Férias, meu pai viu
uma casinha, a beira mar, branquinha e azul del rei, com uma placa de
“vende-se”. A chave estava com um vizinho próximo, que mostrou a casinha para
meu pai. Ele olhou, gostou e chegou em casa dizendo: Comprei uma casa aqui em
Carapebus, na beira do mar. Fomos até o local e ficamos encantados. Era
realmente uma beleza, um paraíso. Diziam que a casa já estava à venda há
tempos, mas não pintava ninguém que se interessasse, apesar da bela
localização. É que ali ocorreu um triste acidente com a família-proprietária. A
morte de uma criança por afogamento, em frente da casa. O mar ali era muito
perigoso, todos fugiam de lá. Aquela família residia em Vitória e usava a casa
para os finais de semana. Meu tio Astolfo, chegou no dia seguinte, juntamente
com o sobrinho inseparável, Zé Carneiro, casado, com a prima, minha saudosa Tia
Bela. E o Zé brincava: O Manoel nasceu .... pra lua... E a minha tia Maria,
irmã de meu pai, ingenuamente repetia. É, Manoel nasceu pra lua. A casa veio a
ser um reduto mineiro em terras do Espírito Santo. Praticamente, todos os
anos, fracionávamos as férias para curtir a praia de Carapebus, pois, todos
foram se casando e, já não existia mais espaço para todos. Várias foram as
vezes em que fui com minha família, onde passávamos quase o mês todo. Era o
nosso resort. O acesso à Colônia era difícil, pois, por capricho, creio,
mantinham uma estrada de terra, precaríssima. Com isso, a especulação
imobiliária foi, por décadas, postergada. A aldeia de pescadores se manteve.
Nossa praia ficava num hiato, entre o Porto de Tubarão, em Vitória, e Aracruz,
onde existia uma fábrica de celulose, que produzia odores terríveis, mas o
vento soprava, quase o ano todo, para o norte. Era um ponto estratégico, mas
creio que não houve interesse do Estado em ocupar a área. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E os anos se passaram, e meus pais e os seis irmãos,
freqüentavam, com suas famílias ou amigos e namorados aquela praia bendita. Com
o tempo, os netos de Manoel de Almeida e D. Márcia, passaram a assumir aquela
espaço, então com as janelas pintadas de verde. Ali foi palco de grandes
festas promovidas pelas várias gerações dos Almeidas. Mas já não havia mais o
arrastão, o João do Peixe, que vendia para o meu pai, aquele peixe pescado no
mercado, e que meu pai saboreava com prazer. Não mais existiam os coronéis, não
mais existia aquele ambiente de festa. E a casa começou a ficar sem
frequentadores, sofrendo os efeitos do vandalismo e de vários assaltos, o que
veio a desmotivar as idas àquele paraiso.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E agora, recebo uma ligação de meu irmão João, informando
que minha mãe o autorizara vender a casa de Carapebus, diante dessa situação e
que, conseguiu uma boa oferta. Estava João em Vitória e sacramentava a venda do
imóvel. Por um momento pensei nesses mais de quarenta anos ali vividos, desde
aquela visita de meu pai àquela casa, perdida em frente à praia. Durante esse
tempo, jamais houve um acidente, nas centenas de viagens que fizemos para
aquele Estado, a exceção de uma derrapada do carro da Rita. Jamais houve um
acidente na praia, no mar, com todos os descendentes de Manoel de Almeida. Mas
ficou na lembrança, os bons momentos vividos, e como foram bons. Espero que o
comprador tenha sido um capixaba, pois assim, reduzo um pouco a minha culpa
diante daquele bravo povo do Espírito Santo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
CLÁUDIO ANTÔNIO DE ALMEIDA </div>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-10430173692211348502012-04-04T08:56:00.000-07:002012-04-04T08:56:22.910-07:00Depoimento de Cláudio Antônio de Almeida<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">ONDE FOI PARAR O BANDOLIM?</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Tinha que ter alguém na
família que tocasse algum instrumento. Mas parece coisa ruim, pois ninguém deu
pra música. O pai de meu pai, José Antônio de Almeida, era o homem dos sete
instrumentos. Além de tocar bem, ainda dava uma de maestro. Tenho comigo uma
flauta linda, transversal, toda desmontável, dada por ele, já no leito de
morte. Essa flauta suscitou muito ciúme, pelo que soube mais tarde, mas faz
parte das paixões de família. A caixa da flauta é de madeira, toda trabalhada, feita
à mão pelo Tio Antônio. Ele era irmão de minha <span>vó</span>.
Por quem meu pai tinha enorme afeto e <span>confiava</span> tarefas
difíceis, por saber que ele não era de <span>arregar</span> por
qualquer coisa. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Meu pai seguiu parte dos passos musicais paternos. Tocava
flauta e cavaquinho. Do lado de minha mãe, <span>todos eram</span>
regidos à música. Desde meu avô que tocava na banda da cidade, até as filhas.
Todas cantavam no coro orfeônico da cidade de Boa Esperança, onde viviam. Minha
tia, irmã de minha mãe, também tocava sete ou oito instrumentos. E ainda
cantava e namorava muito. E fazia música, mas faltavam os versos.<span> </span>Essa parte era minha mãe quem criava, nas
quermesses, nas festas juninas, na Semana Santa. Minha infância foi toda
passando semana santa lá. Era muito triste aquela cantoria de sexta feira da paixão,
mas tudo passava e virava festa. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Uma vez, um circo, do <span><span>BiBi</span></span>, passou pela cidade e apresentou o grande
espetáculo: “Nascimento, vida, <span> </span>paixão e morte de <span>Jesús</span>
Cristo”. Fomos todos para o circo e nos sentamos na frente, onde havia
uns camarotes, a poucos metros do picadeiro. Eu sempre levava comigo o meu
mico. É, aquele velho companheiro que ficava no meu bolso para todos os lugares
<span>onde</span> eu ia. Como na cidade tinha muitas árvores, em
suas fugas, era um pandemônio encontrá-lo. Eu saia pulando os muros dos
vizinhos atrás dele. O Pai Zé, meu tio querido, me acompanhava e
estimulava. Pois bem, no momento em que o Cristo penava na cruz, depois daquele
sofrimento todo, de açoites e agressões, parou por alguns instantes, próximo ao
lugar onde nos encontrávamos. Por uma razão qualquer, o mico saiu do meu bolso
e pulou na cruz. Foi o caos. Subi no picadeiro pra pegar o mico que pulava para
todo lado, deixando o pessoal do circo desorientado. Minha tia Flor, aquela tia
especial, também subiu no palco para ajudar-me na caça ao mico. E o danado do animal pulava da cabeça do Cristo para a cruz e da cruz para cima dos soldados
fantasiados de romanos, que o açoitavam. Aquele movimento fez com que tudo se
transformasse. De um espetáculo triste e de muito sofrimento, virou uma comédia.
Para mim, uma <span>tragi-comédia</span>. O povo ria e curtia a
minha caça ao mico. Não precisa dizer que o espetáculo acabou. No dia seguinte,
lá foi o <span><span>BiBi</span></span> na casa dos
meus avós conversar com meus pais. Disse que teve um prejuízo muito grande, que
foi prejudicado e coisa e tal e queria uma indenização. Como era conversa de
adulto, eu não me meti, pois meu assunto era só a integridade do meu mico.
Assim, não sei no que deu, mas a peça não merecia nenhuma indenização, era muito
ruim mesmo. Acho que meu mico foi um coadjuvante importante para popularizar o
circo. E até hoje essa história é lembrada na cidade. Afinal era fazer graça é
o que o circo se propunha. Mas quase me esqueço do Bandolim. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">O tempo passou e eu, já
adulto e fazendo as coisas de adulto, lembrei-me um dia que meu pai tocara bandolim
quando jovem.<span> </span>Era aniversário dele, assim, nada melhor do que dar-lhe o instrumento de presente. Fui numa loja
em Brasília, chamada <span>Bi.</span>Ba.<span>Bô</span>,
veja que nome, e comprei. Era lindo. À noite levei-o para meu pai. Ele ficou
extremamente feliz. Disse que já não tinha mais aquela mobilidade nas mãos e
nos dedos, mas mesmo assim, começou a dedilhar aquela quantidade de cordas
duplas como se tivesse tocado pela última vez, no dia anterior. Foi uma festa.
Acertar um presente assim, não é todo dia. E o fiz feliz. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">O tempo passou e meu pai,
já com a saúde bastante debilitada, encostou o bandolim em algum canto,
passando, efetivamente, a ser passado.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Quando nasceu minha filha
caçula, Giovanna, meu pai se encantou com ela. Ela era realmente <span>uma bebê</span> muito bonito, clarinha, loira e muito sorridente.
Era feliz. Meu pai sempre foi meio espiritualista.<span> </span>Não sei se existe meio espiritualista, mas
ele era bem chegado a esse negócio de reencarnação. Eu já preferia curtir os
candomblés na Bahia. Mas nesses encontros de meu pai com o mundo espiritual,
ele foi informado de que a Giovanna era reencarnação da Marcela, filha de seu
irmão, João de
Almeida. Era igualmente uma bela criança, lembro-me bem dela. Mas o destino a
levou, acometida por um câncer no cérebro. Seus últimos dias foram dolorosos e
não nos <span>permitiam</span> visitá-la no hospital, tal era seu
estado. Sei que foi muito sofrimento para ela e toda a família. Que eu me
lembre, foi o único falecimento de um primo ou sobrinho, em toda a minha
infância e juventude. Até pra receber a morte, a gente tem que se habituar. E
isso não deve ser boa coisa. Mas Giovanna cresceu e sempre que a levava <span>a Belo</span> Horizonte, meu pai demonstrava uma atenção especial
por ela. Ela era muito carinhosa com ele, dançava pra ele, cantava cantigas,
etc. Devia ter seus três anos. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Meu pai, já não mais político, residindo em Belo
Horizonte, passou a ter uma vida de rotina, sem muitas emoções. Já não mais
viajava e limitou seu universo ao mundo das novelas. E que, por sinal, ele
demonstrava gostar. Também não havia outra alternativa. Na época eu cursava
direito e, achando que era uma fórmula de preencher o tempo intelectual de meus
pais, passei a pedir que eles fizessem os meus trabalhos acadêmicos.<span> </span>E foram vários. Eles pesquisavam em
biblioteca, estudavam leis, etc. Fizeram trabalhos excelentes. Adoraram a
idéia. Muita inteligência ociosa. Naquela época não havia essa mamata da
internet. Havia pesquisa mesmo, profunda e fundamentada. Assim, posso dizer que
<span>parte do meu diploma de advogado, devo</span> a eles. Vou
lhes atribuir <span>a</span> parte de Família e<span> </span>fico com a Penal.<span> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: small;"><span style="font-size: 12pt;">Numa de <span>minha idas</span> a Belo Horizonte, meu pai disse que gostaria de
ver a Giovanna. Ela morava com a mãe e era complicado sair de Brasília, mas a
levei. Foram, aproximadamente, duas semanas. Minha mãe dizia ao telefone que
meu pai estava adorando a presença da netinha. Ele já não suportava a
quantidade de remédios que tomava o dia todo. Seu estômago repelia alimentos.
Mas Giovanna conseguia dar-lhe os comprimidos na boca. Era preciso e minha mãe
sabia que ali estava sua vida. De acordo com o relato de minha mãe, um dia, ela
dançava para ele na sala e cantarolava músicas infantis. Meu pai se deliciava.
Pegou-a pela mão e foi caminhando até o quarto do casal. Lá, tirou de dentro do
guarda roupa, uma fronha contendo algo de muito especial. Era o bandolim. Era
a esperança de ter um neto músico, pois a primeira geração passou em branco e a
segunda, idem, a exceção de uma neta que tocava viola. Com muita dificuldade,
ele tocava para ela, algumas músicas de sua juventude, no instrumento. Os dias
fluíam e meu pai voltava à infância. Eram duas crianças. Uma tocando o
bandolim, outra cantarolava. <span> </span>E minha mãe
observava à distância o reencontro do Bandolim. O encontro de gerações.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-87175962111381767212012-03-23T09:38:00.002-07:002012-03-23T09:38:14.861-07:00Depoimento de Cláudio Antônio de Almeida<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;"><span></span><b>DEU BODE !!!</b></span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 52.8pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Falar
em Manoel José de Almeida, normalmente é papo bom. Tem também as
“cositas mas tristes”, coisas da política, mas essas eu vou reservar
para outra oportunidade. Falar de coisa engraçada é bom e esse papo do
BODE, quase levou a vida de meu pai. Essa foi ele mesmo quem me contou.<br />
</span></b></div>
<div class="yj6qo ajU">
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</div>
<div class="adL">
<div class="im">
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 52.8pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Eu
já disse que ele adorava avião. As vezes os pilotos deixavam que ele
segurasse o macho do avião e conduzisse a aeronave por algumas horas,
corrigindo somente as mudanças de traçado. E nos finais de semana,
ninguém segurava o Coronel em Brasília ou mesmo em Belo Horizonte.
Viajava e viajava muito, havia muito desejo em permanecer no ar, eu
imaginava. É bom se distanciar dos problemas, nem que seja por algumas
horas. E seu companheiro, como piloto, por muitos anos foi o Lourival.
Um homem alto, meio grisalho, mulato, arredio, de pouco papo. Mas no
avião, quem falava era só o Coronel e o Lourival ouvia, sem fazer
qualquer comentário. Não me parecia ser um piloto seguro, mas, na média,
era melhor do que, a grande maioria dos que viajavam com meu pai.
Lembro-me uma vez, indo para uma cidade, próxima a Governador Valadares,
e o campo de pouso era cercado, de ambos os lados, por postes de
madeira e arame farpado. Era uma grande festa na cidade e meu pai tinha
assumido o compromisso de lá estar. O piloto sobrevoou o local e disse a
meu pai: nesse campo eu não desço. É muito perigoso, mande o Prefeito
tirar essa cerca dali. E seguimos para Governador Valadares. De lá, meu
pai ligou para o Prefeito daquela cidadezinha, informando da opinião do
piloto. Impossível tirar, vários aviões já pousaram aqui, sem problemas,
disse o Prefeito. Era quase um quilometro de cerca para satisfazer os
desejos do sr. Lourival. Mas ele era cordato e meu pai determinou: vamos
voltar lá e descer. Eu sentado no banco de trás do avião, apenas
acompanhava aquela insegurança do homem. Mas, já de cima da cidade,
Lourival deu algumas voltas em cima do campo e, deve ter pensado – seja o
que Deus quiser. E fomos nós. Era um cercado completo, para evitar a
entrada de gado na pista. Assim, na cabeceira tinha cerca e arame, bem
como dos lados. E descemos, quase raspando nos postes, mas pousamos. O
homem suava de molhar toda a roupa. Meu pai não deu maior importância ao
fato e seguiu para o seu compromisso político, mas senti que o Lourival
estava mal e que seria um problema na volta. E assim ocorreu. Meu pai
teve que pedir a um piloto da cidade que levasse o avião até Governador
Valadares. Numa outra vez, em Pirapora, um rapaz ao pular da ponte do
Rio São Francisco, bateu com a cabeça numa pedra.<span> </span>O pai do
rapaz, que fazia oposição a meu pai na cidade, veio ao hotel pedir para
emprestar o avião e levar o acidentado a Belo Horizonte. Meu pai não
pestanejou e pediu a Lourival para ir, e, se possível, voltar no mesmo
dia, pois ele tinha uma agenda apertada de viagens no norte de Minas. E
não é que na volta o piloto se perdeu. Mesmo, se enrolou e foi para
lugares que nem posso imaginar. Eu acompanhava a angústia de meu pai,
pois ele já se informara de que o avião saíra no dia anterior da Capital
mineira e ainda não chegara a Pirapora, a no máximo, duas horas de
viagem, dando umas erradas. Mas, um dia depois, eis que aparece o avião e
o velho piloto. Era fácil viajar ao lado de meu pai, pois ele nem
precisava ver as cartas náuticas, pois conhecia toda a topografia do
Estado, bacias hidrográficas, montanhas, etc. E orientava com
desenvoltura todos os pilotos. Alguns até, a meu ver, acreditavam
demais. No norte de Minas comentavam que a grande maioria das estradas
saía da cabeça de meu pai. Pois, ele pegava o tratorista, de apelido,
Grilo, e sobrevoava a região. O Coronel, como topógrafo,<span> </span>indicava
por onde deveria passar a estrada. Normalmente ele acertava, a exceção
de uma vez em que a estrada bateu numa cachoeira, mas ninguém é
perfeito, né?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">E
o avião carregava de tudo. Tudo mesmo. Desde saco de arroz, feijão,
litros de leite, galinhas vivas, cachos de banana, etc. Quando passava
pela fazenda, fazia o possível para encher o avião de tudo o que fosse
possível, para agradar a D. Márcia, que sempre reclamava, que tudo vai
pra fazenda, mas nada volta. E ela tinha razão, pois, no natal tinha que
comprar pernil, peru, etc., e na fazenda existia criações de porcos,
carneiros, cavalos e gado bovino. E numa dessas, lembrou meu pai que
havia prometido a um amigo, de uma propriedade próxima dali, um
reprodutor de carneiro. Sim, um BODE velho. Recomendou ao administrador
da fazenda, não sei se seria exatamente esse o nome da função daquela
figura, pois não tinha noção de nada que ocorria dentro da propriedade. E
os amigos de meu pai alertavam - cuidado com esse cara. Ta lhe
furtando. Uma vez ele disse a meu pai que a onça havia comido vinte
ovelhas. Engraçado que não deixou nenhuma carcaça dos animais como prova
do crime do felino. Mas o Manoel de Almeida foi sempre um crédulo,
sempre confiou nas pessoas. E dizia, não creio, é um homem bom. Mas
pediu ao gerente para pegar o carneiro e amarrar bem as pernas do bicho
com tiras de couro, pois iria levá-lo de avião. O Lourival olhava de
lado e resmungava, sem que meu pai pudesse perceber o que dizia, mas a
insatisfação era total naquele transporte inédito. Pois bem, amarrado o
animal, a tarefa consistia em colocá-lo na parte traseira do teco-teco.
Recolhia o banco e encaixava o leporino, que era muito grande, atrás dos
bancos dianteiros. Precisou de alguns homens para carregar o bicho até o
avião, e introduzi-lo no cubículo. A expectativa de todos era muito
grande, pois um passageiro daqueles, ninguém havia presenciado na
história da aviação. Mas lá estava o BODE, que berrava escandalosamente
para toda a região presenciar a sua despedida da propriedade. Lourival
já se encontrava dentro do avião e meu pai dava as últimas instruções ao
“administrador da empresa”. Quando a gente chegava na fazenda, o cara
gritava tanto, que qualquer um podia imaginar que, se continuasse assim,
ficaria rouco em pouco tempo. Era seu método de demonstrar presença,
competência, etc. Mas, bastava circular pela fazenda para constatar que
aquilo tudo era uma grande encenação. Mas meu pai confiava nele, e
muito.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">O
motor do avião já estava ligado e adentrou o Coronel no pássaro voador,
com os berros do bode misturado ao barulho do motor da aeronave. Era
uma festa de rock. O campo de pouso era relativamente pequeno, mas o
bastante para levantar vôo com três pessoas, em condições normais. Mas
ali estava uma carga diferente das anteriormente carregadas. O bicho
gritava, e muito. Não sei a distância da fazenda onde meu pai deixaria o
animal, mas quinze minutos sob aqueles ruídos, já eram insuportáveis. E
lá se foi o Lourival, embalando em direção pista acima, com destino
previamente definido. Percorreu cerca de duzentos metros e o animal,
imenso, nervoso e desorientado diante daquela experiência inédita de vôo
e do barulho do avião, conseguiu se desvencilhar das amarras nas pernas
e começou a espernear, dando coices para todos os lados. Marradas
também não faltaram em direção aos assentos dianteiros. E a pista já
estava chegando ao final e Lourival continuava célere, tentando se
desfazer o mais rápido daquela carga indesejável. E o animal estava
enlouquecido, já tendo destruído o assento traseiro, as laterais do
avião e provocando uivos cada vez mais estranhos. O bicho tava possuído.
A menos de cem metros do final da pista, meu pai dá um grito: Pare o
avião. <span> </span>Mas como, dizia Lourival. PARE, gritava meu pai
desesperado com a perspectiva de ter aquele animal em pleno vôo,
provocando o imponderável. Sim, porque ele a cada momento se mostrava
mais nervoso. E os dois arregalavam os olhos. Imagine lá no alto, se o
bicho salta sobre meu pai e o piloto. As portas traseiras do avião eram
frágeis e não suportariam aqueles coices violentos que estava recebendo.
Acabariam cedendo. No desespero, meu pai diz: Dê um cavalo de pau.
(cavalo de pau para os leigos, consiste em frear uma das rodas
dianteiras do avião, fazendo-o rodar e isso, só se faz em situações
emergenciais). E assim foi feito, surpreendentemente, com maestria. O
piloto desacelerou completamente o avião, que rodou algumas vezes sobre o
eixo da roda presa, até parar completamente. Meu pai saltou e abriu a
porta traseira do avião, vendo o infeliz animal saltar e nunca mais ser
visto em uma área superior a cinqüenta quilômetros. E olha que a
propriedade era cercada, em grande parte, por rios. A partir daí,
Lourival ficou até mais claro. O caso virou lenda na região. O Bode que
voa. E a superstição cresceu quando diziam que nem era um bode, mas um
cavalo alado que o Coronel transportava.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 54pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">CLÁUDIO ANTÔNIO DE ALMEIDA<span> </span></span></div>
</div>
</div>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-83874008777423945112012-03-21T11:40:00.004-07:002012-03-21T11:40:39.204-07:00Novo depoimento de Cláudio Antônio de Almeida<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b><span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">TEM CAMPO DE
POUSO?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 35.4pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt 35.4pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Falar em MANOEL
JOSÉ DE ALMEIDA, é falar também em avião. Ele faria tudo para ser um
pássaro. Se não veio com asas, as criou em forma de ideal. Nem o avião
lhe bastava. Precisava voar, voar, voar, ver o mundo pequeno para poder
consertá-lo. E sabia que levaria tempo, não era uma só demão que
atingiria a perfeição do resultado. Mas, nem Deus o fez com perfeição e,
creio, nem tentou. Assim, os homens teriam um espaço para realizar algo
dentro de sua dimensão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">E assim, era um
predestinado a ter um avião para alcançar sua pressa. Num convite feito
por D. Darcy Vargas, mulher do Presidente da República, Getúlio Vargas,
para que levasse alguns atos e idéias caiomartinianas para sua
instituição de amparo ao menor, na Ilha de Marambaia, no Rio de Janeiro,
ocorreu o seguinte diálogo: “Coronel, como posso agradecer o que o
senhor fez por aquelas crianças”. Sem pestanejar ele disse: “Quero um
avião”. O homem sempre pensou grande. Mas como, onde vou arranjar, disse
ela? A aeronáutica acabou de receber uma esquadrilha de aviões PIPER,
respondeu ele. Foi a senha bastante para ser acionado o prestígio da
Primeira Dama e entregue, no mesmo dia, o pedido alado. Nem precisa
dizer como o estômago dos aeroviários se contorceu de ódio.<span> </span>Ao
Rio era chamado pelo Coronel Almeida, o eterno Capitão Pedrinho, para
levar o pássaro verde, como veio a ser denominado, e participar da
história da FUCAM. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">As distâncias
entre as “Caio Martins” diminuíram. Antes, para se levar o pagamento dos
funcionários até o Carinhanha ou ao Ururucuia, se fazia de carro ou
caminhão. Era uma tortura, pois as estradas eram ruins ou inexistiam,
durante as chuvas. Os socorros, as emergências, passaram a ser
corrigidas por um novo compasso. Ali, existia uma benção, mas surgiu um
tormento na vida da D. Márcia de Sousa Almeida, a esposa. Naquela época
os meios de comunicação eram precários e o correio e o radio, eram as
válvulas de escape para reduzir a distância oral. Manoel de Almeida não
temia qualquer mal tempo, pelo contrário, dificilmente enxergava uma
nimbus ameaçadora. O Capitão Pedrinho era o termômetro de D. Márcia, que
acreditava na sua determinação para não levantar vôo em condições de
risco. E ele o fazia com determinação e corágem. Já imaginou um Capital
peitar um Coronel e dizer NÃO!!! Pois o Pedrinho dizia e continuava
mascando aqueles palitos de fósforo, da mesma forma, sem pestanejar,
fazendo brilhar aqueles olhos verdes, naquela tez queimada de sol. E as
orações de minha mãe se multiplicavam, quando as chuvas se tornavam mais
intensas. E o Coronel não admitia viajar junto com a esposa. Temia uma
situação de perda total, irremediável. Mas aquele bendito “pássaro
verde”, cruzou o Estado de Minas, em todas as direções, sem jamais ter
sofrido um acidente. O Capitão o tratava como um canário de estimação.
Lavava pessoalmente o Piper, trocava o óleo, fazia uma vistoria, com um
zelo digno de um carro novo<span> </span>Era seu xodó. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Mas a “Caio
Martins” levou o homem a novos vôos. Diante das dificuldades enfrentadas
pela Instituição, não restou outra alternativa, a não ser entrar para a
vida pública. Foi assim, eleito Deputado Estadual, com a quarta maior
votação, para a Câmara Legislativa. E agora, como se deslocar? Agora
político, as figuras mudaram. Decidiu assim comprar um avião para
atender aos seus deslocamentos entre as cidades que o apoiaram na nova
empreitada legislativa. Ai surgiu a figura do avião Cessna. Saudades do
Capitão Pedrinho. Os pilotos brotavam de todos os lados, sem que ao
menos se soubesse de sua formação aeronáutica. E foram vários. Lembro-me
do Péricles. Completamente louco. Adorava passar com o avião debaixo da
ponte de Pirapora. E o fazia com maestria e até um certo deboche. Era
uma mistura entre a competência e a irresponsabilidade. Tinha um outro
piloto que meu pai o buscava num boteco, na rua da Bahia, em Belo
Horizonte. Ele sempre estava lá tomando uma cervejinha. Na inexistência
de outro, o Coronel o pegava e seguia viagem. D. Márcia transpirava
pavor. As vezes ela ia de carro e ele de avião, para atingir os festejos
que sempre ela organizava, nas Unidades da Caio Martins. Regia o coro,
apresentava temas folclóricos, preparava a recepção para as autoridades,
organizava o almoço, enfim, dava o toque feminino e até o masculino. E
só ela o fazia com tal competência, as vezes deixando em Belo Horizonte a
filha carente das mamadas maternas, para cumprir os compromissos do
Coronel. E ele sentava no assento da frente do avião. Não me lembro de
ninguém ter ocupado aquele lugar, quando ele se encontrava no avião. Até
o Dr. Israel Pinheiro, candidato a Governador de Minas, sentou-se
atrás. Não precisa dizer do resto, mas resto mesmo. No carro mesmo, ele
se sentava ao lado do motorista e, sendo este casado, jamais procurou
saber se a esposa questionava aquele lugar ao lado do marido. O lugar
era dele, do Coronel. Ali, ele traçava as coordenadas, juntamente com o
piloto. Ele conhecia toda a topografia do Estado, com uma compreensão
cartográfica invejável. Posicionava os rios e montanhas e tirava suas
bases para atingir suas diretrizes de pouso. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Num dia desses
de urgência, necessitando ir de Brasília a Belo Horizonte, pegou um
avião de carreira e mandou, eu e duas irmãs no seu<span> </span>Cessna.
Como sempre, o piloto era sempre o imprevisível, o imponderável, mas
sempre surgia um. E este da vez, era piloto da Novacap, órgão do
Distrito Federal, e que se encontrava de férias ou, de licença (???).
Mas, lá fomos nós para BH, nas mãos de um desconhecido. A viagem foi um
tormento, pois o homem se perdia e demonstrava não entender as cartas
náuticas, deixando-me apreensivo. Senti que a figura não tinha muita
intimidade com o aparelho. Finalmente, nos aproximamos de Belo
Horizonte, naquele aeroporto da Pampulha, que, para um avião de pequeno
porte, era suficiente para um bom pouso. Mas não, o homenzinho, foi
abaixando o nariz do avião e descendo, descendo e descendo. Eu cheguei a
dizer que não ia dar, para levantar o avião, caso contrário bateria
naquele aterro que antecede à pista de asfalto. Pra dizer a verdade, ele
pousou, quase na quina do barranco, ainda na parte de terra, e saiu
zig-zagueando pelas margens da pista. Ficamos apavorados. O medo tomou
conta de todos nós. Chegamos e fomos à casa do nosso tio Astolfo, casado
com a irmã de meu pai e relatamos para nossos primos as barbeiragens do
piloto. Mas ficamos com receio de levar essa informação ao Coronel. Ele
estava cheio de preocupações e não senti ambiente para dizer a ele o
ocorrido. Para dizer a verdade, não me lembro mais o que eu e minhas
irmãs fomos fazer na Capital mineira. Acho que o medo deletou<span> </span>a
lembrança do passeio. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Dois dias
depois, voltamos ao aeroporto para retornar a Brasília. O piloto era o
mesmo. O pavor, já não era contido, era pior. Estar nas mãos de um cara
desse era pior do que montar na garupa de um motoqueiro alucinado.
Seguimos para Brasília. Mas, tinha que acontecer algo, mas algo no meio
da viagem e haja algo. O piloto começou a ter convulsões. Sim, o homem
era epilético. Eu olhava pra ele e tentava segura o mancho do avião,
numa forma de controlar a queda vertiginosa que a aeronave atingia. As
minhas noções de aviação se restringiam a meras curiosidades dos tempos
em que em Belo Horizonte se usava levar as crianças para curar o
coqueluche, num vôo de avião.Coisa de mineiro. Lembro-me de ter ido na
frente e fazendo aquelas perguntas todas que a criança faz a um piloto.
Mas creio, não tenho certeza, aquele era um “paulistinha”, avião usado
para treinamento de aprendizes de aviação. Mas continuando, o piloto
babava. Sim, babava. Minhas irmãs rezavam e muito. Uma delas falava
nomes de santo que eu nunca ouvira na minha vida, mas àquelas alturas,
eu chamaria até os parentes dos santos para nos ajudar. Percebi, que
estávamos em cima da barragem da represa de Três Marias. Sabia que lá
havia um campo de pouso, asfaltado, pois uma vez passamos por lá.
Segurei os braços do piloto, num desespero de fazê-lo voltar a si e
pouca coisa consegui. Foi então que resolvi dar-lhe um soco no rosto.
Não sei se foi essa a razão exata da volta do homem ao mundo terrestre,
ou se foram os santos que ficaram tentando decidir qual deles iria
interceder naquele episódio de previsão catastrófica. E ele perguntou:
TEM CAMPO DE POUSO? Eu lhe disse que o que o campo estava lá, naquela
posição, e indiquei, mas, creio, o avião estava perdendo muita altura.
Enxergamos então um pequeno campo de pouso, de terra, mais na parte
baixa da barragem. Era cercado por arame farpado e tinha algumas
construções próximas. Devia ser um campo improvisado, durante a
construção da Usina Hidrelétrica, e ainda em estado razoável de uso. Mas
a aeronave perdia altura a cada segundo e eu me apavorava. Minhas irmãs
já tinham desistido de chamar os santos e já choravam copiosamente,
dizendo todas aquelas coisas que as pessoas dizem nessas situações e
que, depois, não dá mais pra lembrar de nada, tais as idiossincrasias
reinantes. E o avião baixava. O homem voltava a babar e eu o ajudava a
segurar o mancho, imaginando poder colaborar de alguma forma. Mas
conclui, não existe forma nenhuma. A coisa vai explodir e não tem jeito
de evitar. E o campinho vem chegando, chegando, e aviãozinho mais
parecia abanar as asas como forma de despedida. Teoricamente, não
haveria forma de pousar balançando tanto as asas. Mas viemos, viemos, e o
campo chegando. Ao lado da pista, uma cerca de arame farpado. Será que o
avião ia caber naquele espaço do meio. Era tudo o que eu desejava.e
torcia A essa altura, nem a respiração das irmãs se ouvia. Creio que
minhas irmãs já teriam entregue suas vidas aos santos mais ajuizados. E o
avião “placou”. Expressão usada, quando ele bate bruscamente com as
rodas no chão, praticamente caindo, e não pousando. Isso que acontece
hoje em algumas companhias de aviação, quase destruindo a nossa
cervical. Bateu muito forte no chão e saiu de lado, carregando a cerca
de arame farpado, num barulho infernal. E o avião parou. Olhei para a
cara do piloto e ele não parecia ter consciência de tudo que estava
acontecendo. Da boca do piloto, escorria aquela baba nojenta. O motor do
avião ainda funcionava e a lateral <span> </span>direita da aeronave
estava presa ao arame e aos postes de madeira, que, hoje, creio, foram
ali colocados por todos os parentes dos santos que minhas irmãs
chamaram. Só eles iriam ter essa idéia. Mais nenhum técnico em aviação<span>
</span>idealizaria aquele freio. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Em pouco tempo,
desceram correndo, da barragem, algumas pessoas alarmadas com toda
aquela confusão provocada num lugar tão calmo e tranqüilo. Tiraram-nos
de dentro do avião e comentaram que estavam apavorados com o que o avião
estava aprontando no ar. Imaginaram até que o piloto estaria brincando,
tais eram as loucuras observadas. Olharam o estado do piloto e
arregalaram os olhos, como se vissem o conde drácula saindo do caixão.
Percebi que as pernas de minhas irmãs não obedeciam aos seus comandos.
Foi preciso carregá-las, até encontrar um local distante do avião para
domar o susto. Todos temiam que o avião viesse a explodir, pois vazava
gasolina e o lado direito do motor estava muito danificado. Seguimos até
um lugar, que imagino ser o acampamento dos engenheiros, onde nos deram
refrigerantes e algum alimento. E agora, como falar com nossos pais?
Não querendo dar uma notícia tão desagradável para meu pai, achamos
melhor comunicar, por rádio, meu tio Astolfo, que a retransmitiria por
telefone a meu pai. E foi assim, feito. Ele, com aquela habilidade
fantástica para dar uma notícia, contatou o Presidente da Câmara, que
presidia naquele momento uma sessão: Avise ao Deputado Manoel de Almeida
que. “seu avião caiu em Três Marias com seus filhos e, parece que não
sobrou nada”. Sutil, curto e rasteiro. O Presidente<span> </span>dispensou
meu pai de uma votação que ocorreria naquele instante e toda a família
seguiu de carro com destino a Três Marias, em tempo recorde. As notícias
não possibilitavam outra atitude. Àquela altura, eu já queria mais era
esquecer todo aquele pesadelo. O piloto dormia, e dormia. Junto com
alguns engenheiros, fui até a parte baixa da barragem para pescar. E lá,
ficamos por algum tempo. Meus pais chegaram e abraçaram minhas irmãs,
totalmente purificadas, diante de tantas promessas feitas, se tudo
saísse bem daquela tormenta. E vem o desespero de minha mãe. “Onde está o
Cláudio?”. Até que me encontrassem, ela viveu a sensação de perda
eterna. Mas eis que surjo, sem nenhum peixe, para a tranqüilidade geral
da família ALMEIDA. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;">Meu pai
conversou por algum tempo com o piloto e decidiram que o avião seria
levado de caminhão para Brasília. Ele pediu a meu pai que não o
denunciasse, pois aquela era a única profissão que ele tinha e a família
necessitava dos rendimentos dele, e coisa e tal. Mas meu pai disse que
iria conversar com o Presidente da Novacap, e solicitaria uma nova
função para ele, sem perda da remuneração de piloto. E assim foi feito.
Menos vítimas em potencial. De resto, ficamos eu e minhas irmãs com essa
história que agora lhes repasso, ainda com um dedinho de pavor, medo,
angústia e outras coisas que naquele momento de horror a gente fala, faz
e pensa. <span> </span><span> </span><span> </span></span><br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;"><span><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;"><span><br /></span></span><br />
<span style="font-family: Times New Roman; font-size: 12pt;"><span><br /></span></span>Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-61726864461151246112012-03-20T07:36:00.001-07:002012-03-20T07:36:12.621-07:00CONVITE PARA O CENTENÁRIO DE MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-EsTovGpvSrw/T2iVnudAD_I/AAAAAAAAAI0/cINdKqmqdcs/s1600/Convite+Centen%C3%A1rio+Manoel+Jos%C3%A9+de+Almeida.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://2.bp.blogspot.com/-EsTovGpvSrw/T2iVnudAD_I/AAAAAAAAAI0/cINdKqmqdcs/s320/Convite+Centen%C3%A1rio+Manoel+Jos%C3%A9+de+Almeida.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<b>ESTÃO TODOS CONVIDADOS PARA O CENTENÁRIO DE MANOEL JOSÉ DE ALMEIDA!!!</b><br />
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-55028184064322097822012-03-16T08:11:00.002-07:002012-03-16T08:11:31.479-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-kkPFbjIBDvE/T2NYEWjXVUI/AAAAAAAAAIY/4uCKjrydVLk/s1600/Amigos+8.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://3.bp.blogspot.com/-kkPFbjIBDvE/T2NYEWjXVUI/AAAAAAAAAIY/4uCKjrydVLk/s320/Amigos+8.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-QWufwCtBW4Q/T2NYFh6LRmI/AAAAAAAAAIg/S87k3h-Uktk/s1600/foto+29.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-QWufwCtBW4Q/T2NYFh6LRmI/AAAAAAAAAIg/S87k3h-Uktk/s320/foto+29.jpeg" width="229" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-20818071699830856872012-03-15T06:48:00.000-07:002012-03-15T06:48:06.563-07:00Manoel José de Almeida em família<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-JGPs0799OKs/T2HzAI6GViI/AAAAAAAAAIQ/4C-JCQ0qK0I/s1600/vo+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://1.bp.blogspot.com/-JGPs0799OKs/T2HzAI6GViI/AAAAAAAAAIQ/4C-JCQ0qK0I/s320/vo+2.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-65292120812493474192012-03-15T06:29:00.001-07:002012-03-16T06:41:11.143-07:00Comentários, mensagens e manifestações<div>
</div>
<div>
</div>
<div>
lindo seus depoimentos, vc expressou com o coração de criança
e jovem/adulto. Lembro-me de um discurso proferido por seu pai, aqui, na
faculdade, foi aplaudido de pé, pela capacidade e inteligencia.
Bjs </div>
<div>
Vania </div>
<div>
</div>
<b><span style="color: #1f497d; font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 14pt; text-transform: uppercase;"><br /></span></b><br />
*********************************************************************************
<br />
<b><span style="color: #1f497d; font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 14pt; text-transform: uppercase;">QUE
BELEZA. PARABÉNS. UMA HOMENAGEM A UM HOMEM QUE MERECE! COM CARINHO DA
COSETE</span></b> <br />
<br />
********************************************************************************* <br />
Oiii Claudio!!
<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Que legal os preparativos para essa celebração tão especial!</div>
<div>
Pena que o anexo com o selo não chegou aqui...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Que Jesus abençoe vc e toda sua família!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Abraços,</div>
<div>
<br /></div>
Amanda<br />
<div>
<br /></div>
<br />
<br />
******************************************************************************** <br />
Claudio queridooooo!!! Quantas saudades!!!!<br />
Nossa, faz tempo que
a gente nao se fala!<br />
Esta tudo bem por ai, contigo?<br />
Que maximo
essa
comemoracao!!! Eh o centenario do seu pai, nao eh?<br />
Quero te dizer que
fiquei muito feliz por voce estar compartilhando comigo este evento
especial da
sua familia. E parabens ao ilustre Manoel Jose de Almeida!!! Gostaria de
conhecer um pouco da historia dele.<br />
E a sua maezinha, como ela
esta? Deve estar animada com a homenagem. E voce, o que tem
feito????<br />
Precisamos nos falar, de preferencia ao vivo e a cores, ne,
Claudio.<br />
Voce me manda noticias assim que puder? A ultima vez que
nos
falamos foi no seu niver, quando te liguei.... afff, mas parece que foi
ontem,
voce esta sempre no meu coracao, viu.<br />
Um beijaooooo enorme e ate
ja!!!!<br />
<br />
Rica Osawa <br />
<br />
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4053564420721575322.post-11580414546681733402012-03-14T13:12:00.002-07:002012-03-14T13:12:33.098-07:00Manoel José de Almeida com seus netos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-CEbuUPb6xPM/T2D7DygqPHI/AAAAAAAAAII/tSB1zYyl_ZU/s1600/vo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="http://2.bp.blogspot.com/-CEbuUPb6xPM/T2D7DygqPHI/AAAAAAAAAII/tSB1zYyl_ZU/s320/vo.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Centenário Manoel José de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/12548981130937015977noreply@blogger.com1