segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mensagem de George Zarur

A VIDA SEPARA E UNE: MANUEL E NÉLIO EM 1960

Manuel de Almeida era Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais e deputado federal eleito pelo PSD
Meu tio Nélio de Cerqueira era coronel da mesma corporação e, também, ligadíssimo a JK.
A PM (da qual Nélio fora comandante) era uma espécie de exército moblilizado na jogo de forças militar estadual e nacional. Manuel veio para Brasília na condição de deputado federal e Nélio como oficial de gabinete de Juscelino. Nelio e Manuel haviam sido muito chegados. Nelio fora padrinho de casamento de Manuel e as esposas, grandes amigas. Porém, em um determinado momento da vida militar os dois ficaram em lados opostos em uma disputa de caráter administrativo. Meu amigo Cláudio, o filho de Manuel mais velho do que João Lincoln, contou-me que os dois se encontraram e se cumprimentaram em um jantar oferecido pelo Presidente da República aos deputados do PSD. Dona Márcia e Tia Eunice mantiveram contatos eventuais em festividades do começo de Brasília.
Em 1960, meu irmão Carlos e meu saudoso primo Eduardo, filho de Nélio, foram brincar na casa de um amigo de escola chamado João Lincoln.
Lembro-me de minha tia Eunice, falando com ar grave: "Eduardo foi brincar na casa do filho do Manuel....!" Do lado de D. Marcia estou certo que houve surpresa semelhante. Nada assisti a respeito, mas, sem dúvida, nas duas famílias, as esposas discutiram o assunto com os maridos, pois os casais de então compartilhavam informações com muita naturalidade.
O resultado é que refez-se a amizade na nova geração. Nélio, designado Presidente da Fundação Brasil Central, era o responsável pela implantação da chamada "Operação Bananal". João Lincoln foi com Carlos passar as férias na Ilha de Bananal. Ao se identificar, Nélio contou a João Lincoln da relação com seu pai.
Foi em 1962 que, no Colégio Elefante Branco, fiquei amigo de Cláudio. Por um tempo, fomos companheiros de lutas estudantis. Formados em Economia na UNB, passamos muitas noites em claro em companhia de outros estudantes, ao redor de enormes e barulhentas máquinas manuais de calcular das quais crepitavam dados impressos em uma bobina de papel. Nossa amizade perdura sólida, passados cinquenta anos.
Cláudio, mais tarde formado em Direito, era amigo de Lucas, filho mais velho de Nélio e, também, advogado. Com ele se encontrava no Tribunal de Justiça.
Estudantes, Cláudio e eu, frequentamos a casa um do outro. Aprendi a apreciar as qualidades de toda a família e a admirar a bondade expontânea de Dona Marcia, mãe afetuosíssima.
Não há dúvida que Manuel e Marcia, Nelio e Eunice ficaram muito felizes e orgulhosos com a amizade entre seus filhos e sobrinhos.
Pensando bem, não foram os jovens que acabaram com a disputa entre os velhos coroneis.
Manuel e Marcia, Nelio e Eunice é que os fizeram instrumentos de sua generosidade.

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