Conheci a Fundação Educacional Caio Martins através da ex-aluna Angelina Leite, criada na Escola e por quem mantenho uma admiração pelo caráter, determinação e um histórico de vencer adversidades que me impressionou. Com a convivência pude perceber que estes valores tinham sido determinados pela formação na Caio Martins, e através de inúmeras conversas fui conhecendo a "Mãe Acolhedora" que ela e outros ex-alunos que conheci posteriormente foram me apresentando. Após ter sido voluntária em algumas instituições, fiquei sobremaneira impressionada com a obra, suas estórias, a simplicidade e objetividade do projeto. Tal admiração me fez procurar conhecer cada vez mais a Caio Martins, já então profundamente apaixonada pela capacidade de formar cidadãos, de se tornar ainda mais grandiosa, de ser um exemplo federalizado. Aí me permiti a honra de conhecer D. Marcia e parte de sua família, pessoas de uma generosidade grandiosa que poucas vezes pude conhecer. Através desta família, das estórias ouvidas, minha admiração pelo Coronel Almeida se engrandeceu ainda mais e senti que a visão futurista deste Defensor das Crianças deveria ser um compromisso e sua memória sempre preservada. Surgiu então o Grupo de Amigos da Caio Martins, um voluntáriado solitário, mas que foi resgatando fotos, fatos e estórias através da internet e hoje é um elo de ligação entre ex e atuais alunos, uma sala de encontro daqueles que se beneficiaram da obra da Caio Martins, tornado-se destaques em cada área da sociedade.
Convidada paara compor o Conselho de Desenvolvimento de Caio Martins - Codecam, mais uma vez me surpreendi com o alcance de seu Estatudo, nos quais Coronel Almeida previa e previnia as interferências que desvirtuariam objetivos essenciais com uma percepção mais uma vez futurista. Ali ele procurava evitar as ações discordantes com os princípios que nortearam a criação da obra e estabelecer metas mais amplas a serem atingidas. As características da Caio Martins a tornam única, a relação dos internos se torna determinante em uma relação de afeto, de irmandade, de família, de uma raiz profunda em cada um deles.
Lendo o livro "Semeando e Colhendo", de D. Marcia, conheci as dificuldades neste objetivo de acolher crianças famintas, desabrigadas, abusadas, maltradas e sem vínculos que não os criados dentro da Caio Martins, algumas delas que pude acompanhar em retornos a vínculos familiares, em adoções.
Até hoje, e acredito que por muito tempo, não terei a oportunidade de conhecer uma instituição de tal grandeza, nem pessoas que sejam capazes de adotar uma causa social com tal dedicação, amor, sabedoria como esta.
Algumas vezes me encontro brigando pela valorização da Caio Martins e as pessoas dizem ver um certo ar da personalidade do Coronel Almeida nas minhas ações. Quem me dera ter um milésimo de capacidade para ser este homem para quem as maiores homenagens seriam insuficientes para descrevê-lo.
Mas através de minhas pequenas ações, busco aprender neste exemplo o que é ser mais humana, mais responsável com a sociedade e uma pessoa melhor, coisa que o Coronel Almeida e sua família deixaram profundamente enraizada na minha alma e nos tantos que tiveram a felicidade de conhecê-lo pessoalmente.
Nelma França Ramos
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